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Propósitos justos

Foto: Redes Sociais /Gilmar Denck

Pelo simples fato de estarmos falando a verdade não significa que estamos certos. Porém a mentira nunca será a saída. A correção está sempre no propósito, que sempre aparece ajudando ou atrapalhando. Maquiavel percebeu isto, mas escreveu de forma que ficou mal interpretado ao afirmar que o fim justifica os meios. Ah, o velho e bom propósito. Talvez esta seja a chave de todas as realizações humanas. O propósito talvez seja a interpretação mais pura e plena do texto do Gênesis, onde Deus fala que nos criou a sua imagem e semelhança. Talvez por isso todo o seu poder de transformação.

Olhando para a história foi pelo propósito de Moisés que o povo hebreu se libertou da escravidão. Foi pelo sentimento de solidariedade que os cristãos chegaram ao poder do mundo no ano 381 DC. Foi pelo propósito de Colombo que o mundo conheceu a prosperidade ao acreditar em um novo mundo. Foi pelo propósito da República que soldados aniquilaram Antônio Conselheiro e ganharam suas favelas nos morros cariocas. Sempre o propósito, as vezes escondidos em meias verdades ou até em verdades inteiras. Perante o lockdown vimos pessoas apoiando e outras desesperadamente se colocando contra. Ambas com propósitos distintos, mas verdadeiros. Porém, entre estes com propósitos justos aparecem outros que usam o discurso verdadeiro de outros para implementar sua ideologia ou sede de poder. E pior, sendo as entidades as legítimas defensoras da verdade e da justiça, são usadas por estes para os seus interesses, que embora nítidos, passam despercebidos pelos incautos e por todos aqueles que no desespero da causa costuma acreditar em todo e qualquer profeta que se diga defensor de sua causa.

Isto acontece desde que o sapiens se tornou sapiens e perdura até os dias de hoje, mesmo entre homens livres, capazes e com competência de perceber as peripécias de espertalhões de plantão. O que são nossos partidos políticos, senão um amontoado de interesseiros ávidos pelo poder e por todas as benesses que os grandes oligopólios oferecem a quem lhes serve? Somente pelo exercício diário da democracia e seus valores dentro das entidades poderemos sonhar com uma sociedade mais justa e com menos atrocidades conduzida pelo poder da unidade de seu povo. O idealismo é utópico, mas se não pudermos sonhar, não haverá mais sentido prosseguir em frente. O caminho existe, vamos trilhar.

O autor é empresário com 30 anos de experiência em associativismo. Formado em Filosofia e Administração

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