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Ponta Grossa passa por uma situação histórica

Desde que se “modernizou” o sistema de abastecimento de água, jamais a cidade ficou tanto tempo com um problema de falta d’água. Coincidência ou não, isso ocorre concomitantemente à crise no setor de transporte público. Será alguém consegue perceber quais são as semelhanças?

Na verdade, as terceirizações de serviços públicos, que são executados por empresas privadas ou mistas, são por demais insatisfatórias, o que faz com que o discurso de privatizações ou da “eficiência” do setor privado caia por terra. Os defensores do ‘Estado Mínimo’, ou da chamada “Reforma do Estado”, que sempre declamam contra o Estado, que é ineficiente, que não consegue gerir serviços essenciais, etc., agora têm que explicar por que a suposta “eficiência” do setor privado na gestão de serviços públicos estratégicos não conseguem dar a resposta esperada pelos usuários.

O preparo, a capacidade, e os investimentos, prometidos nas cartas de apresentação em licitações, são insuficientes na prática ou realmente não existem. A visão empresarial está apenas ligada à enorme fonte de arrecadações límpidas e certas, tais como são as das concessões de estradas, do transporte público, da energia e de abastecimento de água.

Questiona-se o Estado, mas se esquecem de que quem elege o gestor público é o povo, assim, através do voto democrático, é preciso trocar os gestores, exigir os serviços públicos pagos com impostos e, sobretudo, acabar com os contratos de terceirização e estatizar as empresas que exploram esses serviços. O Estado, ou seja, nós, somos perfeitamente capazes de gerir tudo isso, dinheiro não falta, os impostos são enormes, o que é preciso é participação política, na sua rua, no seu bairro, no campo e nas vilas rurais, nas cidades, enfim, é preciso parar de dizer que o problema é “DELES”, quem são ELES? O problema é NOSSO.

O pior analfabeto é o analfabeto político, aquele que se recusa a votar, que vota nulo, ou que não quer “perder” voto. Lembrem-se de que quem não gosta de política é governado por quem gosta. O povo deve dar um basta, tem de votar, elegeu? Não funcionou? É corrupto? Tira, elege outro. É esse o exercício da democracia com o qual a maioria é tão pouco afeita. Reclamamos das coisas a nível pessoal, mas não nos importamos em construir “capital social”, isto é, consolidar as nossas relações entre nós mesmos e com as coisas em comum, de todos.

Transferir responsabilidade para empresas privadas é o pior equívoco que pode acontecer. O setor privado não deve gerir serviços públicos! Pois a premissa das empresas é o lucro, e não o bem estar social, esse é dever do estado, e só do Estado!

 

 

 

MSc. Alnary Nunes Rocha Filho

Técnico de Economia Solidária

IESOL-UEPG

 

 

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