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O sequestro da honra de Ponta Grossa

 

O fato político policial ocorrido nos dias iniciais de 2013 envolvendo a vereadora do PT, Ana Maria de Holleben e seus “aloprados”, não só estarreceu a cidade, como também a expôs ao ridículo nacionalmente. No fim das contas, não foi a vereadora quem foi sequestrada; a sequestrada foi a honra de Ponta Grossa, que não merecia isso. Agora, essa honra precisa ser resgatada.

Que fique claro que não se trata de tripudiar diante da desgraça e estupidez alheia, mas o fato é grave. Não há espaço para cortinas de fumaça nem panos quentes. A Justiça deve ser rigorosa, pois muito além de o escândalo ter tomado proporções inimagináveis, o crime é de uma assustadora periculosidade. Infelizmente, a classe política brasileira ainda não compreendeu o caráter pedagógico da função pública, de onde se esperam os melhores exemplos, não os piores.

Apesar de ainda não estar claro vários detalhes e, se existem outros mentores do crime, é óbvio que a motivação para a atitude insana da vereadora foi a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, à qual, ao que parece, Ana Maria não queria aparecer para votar, o que nos leva a supor que a mesma não teve coragem de se posicionar na mais importante votação da Casa. Ou seja, a vereadora do PT, já indo para o seu terceiro mandato, preferiu cometer um autossequestro, a tomar partido no lugar para o qual foi reeleita há três meses. Vale lembrar que no ano passado, não faltou coragem à ela para votar pelo aumento dos salários, dos assessores e das cadeiras na Câmara Municipal, esta que não cansa de dar desgostos aos ponta-grossensses. O mais recente foi a comemoração alucinada pela vitória à presidência da Casa na semana passada, que era digna de um Germano Krüger, mas não do Poder Legislativo Municipal, de onde se espera serenidade e compostura, principalmente nas vitórias.

Agora, o mínimo que o bom senso recomenda aos vereadores, caso Ana Maria não se digne em renunciar, é lhe cassarem o mandato imediatamente, pois o motivo é mais que suficiente, sob pena de os demais vereadores passarem por cúmplices de bandidos. E também, a exoneração imediata dos demais envolvidos, os quais inacreditavelmente, eram todos lotados na Câmara e na Prefeitura. É ou não é o fim da picada?

Do PT deve haver solidariedade à vereadora, pois para quem passou a mão na cabeça dos condenados pelo STF no processo do mensalão, seria incoerente outra atitude. Talvez até digam que esse sequestro foi um golpe das elites e da mídia, afinal, o partido cujo líder supremo nunca sabe o que se passa ao seu lado, mas sempre sabe dar lições aos líderes do mundo sobre qualquer assunto, tem no seu DNA o gene do cinismo e da mentira. No entanto, Ponta Grossa, que um dia se orgulhou de ser a “Capital Cívica do Paraná”, não haverá de se contentar com o silêncio dos inocentes nem dos indecentes. Os fatos gritam por justiça e a impunidade não será tolerada. Neste momento crucial da nossa história local, estamos diante de uma encruzilhada. Ou nossa gente demonstra que tem sangue quente nas veias, e “restaura-se a moralidade…”, como bem dizia Stanislaw Ponte Preta, “…ou nos locupletemos todos”.

 

Sandro Ferreira é cidadão de Ponta Grossa

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