Tão imprescindível quanto o aprendizado das disciplinas curriculares é desenvolver no educando bons hábitos de estudos. Ou seja, organização e disciplina pessoal, requisitos indispensáveis para um bom desempenho escolar e também para a vida adulta.
Uma mesa e uma cadeira num ambiente silente. Sofá ou cama agregam conforto e aconchego para um bom livro, mas não para os estudos. Vai estudar ou tirar uma soneca? Aprende-se com cérebro e nádegas. Pândegas à parte, sentado numa cadeira, muita disposição para exercícios, resenhas, tarefas, leituras, equipamentos eletrônicos em off, são posturas primordiais para um aprendizado consistente e duradouro.
Devemos estimular a criança ou o jovem ao aprofundamento dos conteúdos. Um texto mais complexo ou um exercício difícil é um desafio e faz bem aos neurônios. Desenvolve o raciocínio lógico tão valorizado nos concursos, vestibulares e mercado de trabalho, pois este entende que o profissional que aprendeu a pensar é um resolvedor de problemas. Poucas sinapses se realizam no cérebro em 15 páginas de leitura fácil ou na resolução de cinco exercícios acessíveis de geometria.
Para suprir a carência técnica existente no Brasil é preciso desconstruir o mito de que a matemática, física ou química, é uma matéria difícil ou sinistra. Cada série é um degrau de uma escada que não permite saltos. Motivados pelos pais e professores, havendo por parte do aluno persistência no aprendizado da matemática, não há como não render-se aos seus encantos e à sua lógica.
Rememoremos outros preceitos básicos para um bom início de ano letivo. Aluno inteligente presta muito mais atenção em sala de aula, pois haverá muito menos esforço para compreender e fixar a matéria em casa. Estudar apenas nas vésperas de prova é um péssimo hábito, uma vez que compromete o entendimento das aulas subsequentes e o mais importante: é um aprendizado fugaz, sem consistência e sem raízes para o longo prazo. Aprende rápido e esquece rápido. O discente deve garantir boas notas desde o primeiro bimestre quando tem menos conteúdo. Neste os estudantes se comportam mais recreativamente, e qualquer nota baixa implica em redobrados esforços nos próximos bimestres.
Provas, simulados, concursos são ótimas oportunidades para desenvolver o equilíbrio emocional. Cuidar da saúde o bem maior com boa alimentação, prática de esportes e atividades ao ar livre, nos horários recomendados, pois os benfazejos raios solares fortalecem os ossos e são excelentes como terapia para a mente. Para uma boa memorização, são essenciais oito ou nove horas de sono. Enfim, organização e persistência nos estudos leva a um futuro promissor.
Jacir J. Venturi, vice-presidente do SINEPE-PR,
professor e diretor de escola.