em

Governo peca ao não priorizar ensino superior

Diretoria do Sinduepg

O anúncio da nomeação de professores e técnicos administrativos para as instituições de ensino superior feita pelo governo do estado na semana passada definitivamente não é notícia que deva agradar aos ouvidos preocupados com a qualidade das Universidades paranaenses.

Para se ter ideia, mesmo nomeando recentemente 40 professores e 23 técnicos administrativos para as nove instituições de ensino superior, a Universidade Estadual de Ponta Grossa recebeu apenas um técnico-administrativo, além de aguardar há quase um ano a nomeação de mais de 70 professores. Ou seja, estamos entrando no segundo semestre letivo do ano de 2011, mas ainda há professores a espera para assumir aulas na UEPG. Na Universidade Estadual de Londrina, o número de docentes é ainda maior. São 143 professores e cerca de 123 servidores aguardando a nomeação. Já na Universidade Estadual de Maringá este número é bem menor, quatro docentes esperam a nomeação atualmente. Porém, no início do ano, este número passava de 50.

Os 70 professores aprovados em concurso, na UEPG, em outubro de 2010 e início de 2011 ainda estão aguardando nomeação. Ao deixar professores e servidores aprovados em concurso público a espera de contratação, o governador Beto Richa dá sinais que o ensino superior não está nas prioridades da atual administração. Pelo menos a Universidade Estadual de Ponta Grossa não deve estar no rol das que devam ser contempladas com a contratação de professores e técnicos administrativos.

Em geral, o processo para a nomeação de um servidor público é demorado, porque são necessários documentação, exames médicos, além dos trâmites nas secretarias de governo (Ciência e Tecnologia; Planejamento; Fazenda; Casa Civil são as secretarias que o processo precisa tramitar), o que pode levar até seis meses. Enquanto o governo do estado não desenrola as contratações de professores efetivos, as universidades precisam manter professores colaboradores. Em muitos casos, tais professores realmente colaboram, no entanto a ausência de professores do quadro efetivo compromete o planejamento de longo prazo, uma vez que seus contratos são limitados. Neste mesmo sentido, o professor aprovado em concurso, que no momento precisa aguardar quase um ano para assumir aulas, passa a procurar outros concursos, outras universidades, deixando a vaga em aberto e, desta forma, comprometendo o próprio concurso. Para a universidade é tempo e dinheiro perdido, porque vai ter que realizar outro concurso público.

O governo do Estado parece ignorar, ou não se importar com essa situação. A demora nas contratações de professores efetivos já concursados é apenas um aspecto da falta de planejamento e comprometimento do governo para com as instituições estaduais de ensino superior.

Sinduepg é a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.