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Golpe Civil-Militar de 1964

Matheus M. Cruz

Durante o início dos anos de 1960 a efervescência da Guerra Fria estava em seu ápice, a dicotomia entre comunismo soviético e capitalismo estadunidense era clara e a necessidade, imposta por esses países, de que todas as nações do globo se posicionassem cresceu no decorrer de toda essa questão geopolítica. Com o Brasil não foi diferente, João Goulart buscava manter-se nos blocos dos Não Alinhados, países que não assumiam compromisso nem com a economia soviética e nem com a estadunidense, fazendo negócios e visitas a China, Cuba e também mantendo contato com os EUA, entretanto não foi possível manter-se assim, uma vez que a influência norte-americana era forte causando pressão contra essa maneira de política dentro do próprio país.

Jango, como era conhecido João Goulart, entrou na política no segundo governo de Vargas e manteve seu modelo populista ao assumir o poder em 1961, entretanto esse modelo não era bem visto por boa parte da população, principalmente a de melhores condições financeiras, uma vez que as reformas de base e a busca por trazer a classe trabalhadora para si como pilar do poder fazia diminuir a força e a lucratividade da primeira em cima da segunda. Outro setor que não se agradava deste modelo era o militar, já que com essas medidas e aproximação dos graduados e soldados, segundo os oficiais, causava sublevação da ordem e hierarquia, destruindo assim o corpo militar. Também era altamente criticado pela igreja que temia, junto a grande parcela da sociedade, uma revolução comunista no Brasil no rumo tomado pela da Rússia em 1917 e uma República de Sindicatos, já que o presidente estava tão próximo da classe trabalhadora.

Do dia 31 de Março para o 1 de Abril deu-se a intervenção amplamente apoiada pela sociedade civil e pelo corpo militar, entretanto as promessas eram de que ela seria rápida e cirúrgica, logo que possível tornando aos civis o comando da nação e das questões político-econômicas. O período curto em que o braço militar deveria está no poder era apenas para que houvesse uma limpeza desses ideais comunistas tão incômodos aos golpistas e uma estruturalização para que voltasse a democracia e o rumo normal da dinâmica política no Brasil.

O fechamento e as cassações de nomes importantes foram feitas, entretanto o governo militar perdurou no poder, criando os Atos Institucionais (AI) para governarem o país, criando uma nova dinâmica que os favorecessem, a qual acabou por militarizar o Estado, principalmente a partir da presidência de Costa e Silva, causando indignação em nomes notáveis do meio civil como Lacerda (Governador da Guanabara à época), causando o sentimento de traição na ala não-militar do Golpe, entretanto todas as ações foram feitas sempre buscando a legitimação do poder defendendo que a massa do povo brasileiro os estavam apoiando.

O autor é acadêmico do curso de História Unc – Mafra e publica ao longo desta semana uma série de artigos referentes ao Golpe Militar de 1964.

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