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Festival de incoerência

Ayrton Baptista

 

 

 

Encerrado o prazo de lançamento de candidatos, cabe esperar pelo dia 7 de outubro para a eleição de prefeitos e vereadores. Pode haver segundo turno, mas só depois do primeiro, com possíveis e naturais surpresas. O fato de termos candidatos com força e com máquinas, todas elas, federal, estadual e municipal, recomenda-se tranquilidade, pois as surpresas não ficam restritas ao nosso esporte favorito, o futebol. Todos sabem que na política temos disso e muito. O que não se deve falar, doravante, é sobre incoerência política. Ninguém passa nessa peneira. Daí, muita calma nessa hora.

O que o curitibano (em particular) deseja é uma pregação em torno de programa, o que se pretende fazer para atender o eleitorado nos próximos quatro anos. Ideologia (sic) não se fala. Possivelmente apenas em dois ou três partidos que ainda não apresentam condições de uma disputa igualitária. Mas que têm todo o direito de fazer suas pregações.

Curitiba é o carro chefe. Já ficou consagrado que, uma vitória aqui, tem influência posterior por todo o Estado. Talvez por isso se entenda o porquê de o PSDB não ter candidatos a Prefeitos em Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, ficando apenas com Paranaguá, onde concorre com Alceu Maron Filho. Salvo melhor juízo, como também não disputa com candidato de suas fileiras na capital, o PSDB está excluído dos municípios com os maiores eleitorados e, assim, em condições de disputar um segundo turno, se necessário.

Claro, é um problema dos tucanos. E se quem domina a política e faz as escalações é como se sabe o governador Beto Richa, é de se entender que ele está muito bem perante o diretório nacional e as principais figuras do seu partido. Se esses ilustres dirigentes não se importam com essas desistências nos municípios maiores, compreendem, também, a fuga de Curitiba, isto é, o fato de o PSDB não se importar com a Prefeitura e o vice que poderia disputar para a alegria dos tucanos. Sim, porque votar no partido é como torcer para o Corinthians numa final. Fiquemos, pois, com o time paulistano, que tem uma torcida que abrange todo o território nacional. A não ser que os corintianos também só estejam pensando em 2014.

Incoerência, só não deixar de tocar no tema pode ser a do PT com Fruet, de Ratinho Jr. com o PCdoB e seu PSC, do PPS e seu líder maior no Estado (no nacional também) em condições de assumir a Prefeitura como já tentou com boa votação e se contentar com os compromissos assumidos com vistas ao futuro. Bueno é político traquejado e habilidoso, se ainda crê em compromissos de longo prazo, felicidades. O PSDB já aprendeu e, principalmente o deputado Ney Leprevost, que trouxe Gilberto Kassab para a convenção certo de que seria escolhido para a chapa com Luciano Ducci.

Incoerência é, também, extraeleitoral, com José Dirceu querendo passar para José Genuíno e Delúbio Soares a responsabilidade por movimentações que levaram ao mensalão. Ou, o que estourou há poucos dias: a visita do ex-presidente Lula à casa de Maluf, cuja foto hoje faz parte de arquivos mil, pelo inusitado de tal encontro. Que o diga a ex-prefeita Erondina.

 

 

Ayrton Baptista, jornalista

 

 

 

 

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