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Engajamento interno: estratégia para o crescimento sustentável das companhias

José Roberto Krasucki

A maioria das empresas sonha em se tornar uma brand love, um desejo focado na conquista do coração do público externo e no lucro direto que isso pode proporcionar. Mas esquecem do papel dos colaboradores no processo de construção dessa imagem e, por consequência, não anseiam o mesmo engajamento do público interno. Se esse movimento iniciar de dentro para fora, vai reverberar mais rápido e de forma coesa entre os demais stakeholders. Com isso, o discurso e a entrega da marca serão condizentes. A questão é: como criar esse envolvimento que é maior que a simples relação de empregado e empregador?

Empresas com políticas de valorização humanistas conseguem criar uma instância de relacionamento similar a brand love com foco no ambiente interno. Algumas lições de companhias como Pfizer, Vale, Google, Apple, Ambev, Unilever e Coca-Cola mostram que se trata de um processo de construção diária, que envolve um conjunto de ações e políticas, que não trará resultados imediatos. Nesse contexto, a condição financeira do colaborador deixa de ser o principal pré-requisito valorizado pelos profissionais.

Para se chegar a esse patamar, são necessários esforço e dedicação permanentes, seja na manutenção de canais e programas, análise de indicadores de clima organizacional ou desenvolvendo projetos complementares. Engajamento genuíno não se compra, constrói-se ao longo do tempo com um conjunto de iniciativas que gerem percepção positiva sobre a empresa. Todo o esforço deve considerar visão, missão e objetivos da companhia e servir como instrumento de apoio para que isso se materialize.

Nos dias atuais, o orgulho por pertencer a uma determinada empresa está ligado ao mesmo sentimento que a companhia demonstra em relação ao colaborador. Essa percepção se completa pelo feedback do mercado sobre a marca. Nesse cenário, transparência e relacionamento são indispensáveis. Um estudo recente da Wharton School of Business relata que manter os funcionários felizes envolve mais do que mesas de pingue-pongue e ambiente descontraído. Segundo a pesquisa, profissionais que trabalham em ambientes que a emotion culture é mais presente obtiveram melhores resultados no trabalho em equipe e maior satisfação geral com as companhias. A relação emotiva com a marca gera satisfação pessoal e produz defensores para o crescimento sustentável do negócio.

De acordo com um estudo chamado Eficácia da Força de Trabalho, realizado pela Towers Watson com 50 empresas globais, as companhias com maior índice de empregados engajados coletivamente apresentaram incremento de 28% no lucro por ação. Já as empresas com menor porcentagem tiveram queda de 11%. A comunicação, no seu papel mais abrangente, é a ferramenta – se alinhada com a estratégia e prática – que gera a sinergia entre o esforço da companhia e a percepção dos colaboradores.

Motivar é fomentar o desejo de transformação. Tocar os públicos de forma emotiva e criativa é um dos grandes desafios da comunicação. Colaboradores engajados tornam-se verdadeiros embaixadores da marca, gerando o desejo de ir além. Que perfil profissional você quer atrair ou formar em sua empresa?

O autor é jornalista e Gestor de Marketing da TOTVS Curitiba

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