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Fabio Aníbal Goiris
O tema da escolha de um candidato a prefeito ou a vereador ainda permanece um enigma para os estudiosos da arte e da ciência da política. Os aspectos multifatoriais são apontados como elementos importantes, ou seja, vários fatores agindo ao mesmo tempo seriam capazes de levar uma pessoa a escolher um candidato. Uma recente pesquisa sugeriu que o aspecto mais importante para um candidato é a experiência política e em segundo lugar a capacidade de ter contato direto com os eleitores. Num terceiro lugar aparece o tema dos debates eleitorais. Mas, a questão da escolha não é tão simples, pois, ao fator experiência, por exemplo, devem ser somados outros elementos como a reputação do candidato.
Existe também o conceito de que a opinião de familiares e de amigos pode influenciar na escolha do candidato. Alguns especialistas consideram esse fator ambiente como essencial para o resultado da eleição. Por outro lado, existe ainda a ideia de que a classe média formaria a opinião da classe baixa. Ou seja, quem tem menos renda, escolaridade e informação tende a assumir a opinião dominadora da classe média. Mas, o cientista político André Singer descarta essa hipótese argumentando que o governo Lula (especialmente no seu primeiro mandato) reverteu essa hipótese visto que a classe mais pobre ficou bastante esclarecida quanto aos benefícios sociais que recebe de governos populares (e não de governos conservadores). Nesta mesma linha, existe também o cidadão que para votar em algum candidato procura as ditas informações corretas vindas de pessoas públicas. Este eleitor não desenvolve um exercício mental particular, apenas legitima determinada candidatura em função da opinião de pessoas públicas importantes.
O grande dilema, no entanto, continua sendo a ideologia partidária. Ou seja, qual a porcentagem de eleitores que tende a escolher o candidato que apresenta um discurso ou um plano de governo coerente com a sua visão de mundo?. Em regiões mais politizadas como Porto Alegre este aspecto é de extrema importância visto que partidos de esquerda se sucedem no poder e candidatos de partidos não-alinhados à direita como o PC do B têm deputados federais como é o caso da jovem militante Manuela dÁvila. Já em regiões mais conservadoras e menos politizadas como Ponta Grossa este aspecto da ideologia favorece o conservadorismo.
Por fim, outros fatores como as propostas concretas dos candidatos (que inclui melhoras na saúde e na educação) merecem destaque. Mas, um aspecto é essencial: os singelos cartazes expostos na rua pelos formiguinhas e a distribuição dos tradicionais santinhos. O seu uso deve ser incentivado. São todos elementos importantes e revelam não apenas a presença do candidato, mas, puxam (e reforçam) o clima de eleições nas as ruas.
O autor é cientista político e professor da Uepg.