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Eleições: um novo momento político (XXIX)

 Fabio Aníbal Goiris

 

Em conversa com o jornal ‘Gazeta Do Povo’ os quatro candidatos à prefeitura de Ponta Grossa apresentaram suas propostas. Com relação ao transporte coletivo pode-se resumir que: Leandro Dias (PSOL) defende o transporte livre, quer implementar o passe livre para estudantes e a tarifa zero para todos os usuários. Marcelo Rangel (PPS) defende uma rígida fiscalização da empresa responsável pelo transporte público. Márcio Pauliki (PDT) defende a concorrência pública para contratar a empresa de transporte público e Péricles de Mello (PT) defende a melhoria infraestrutural do transporte como a criação de um PAC da Mobilidade Urbana. Sem muitas novidades neste quesito apenas a proposta radical de Leandro Dias de lutar por tarifa zero para o transporte urbano.

Quando a pergunta foi sobre os conselhos municipais e a democratização da prefeitura todos os candidatos falaram que acreditam na deliberação, nas discussões de bairros, na participação popular, etc. Quem trouxe certa novidade foi Márcio Pauliki, mesmo se desviando do tema em pauta (conselhos municipais), ao falar da criação da ‘Universidade do Varejo’ como curso de capacitação para os jovens. As empresas irão contratar mais jovens depois que eles tivessem passado pela Universidade do Varejo. Saliente-se que Ponta Grossa ainda tem mais de 12.000 pessoas desempregadas. Não deixa de ser uma boa idéia.

Com relação aos programas já existentes em Ponta Grossa o candidato Marcelo Rangel disse que aquilo foi construído pela administração anterior não será demolido. Enfatiza a importância do apoio do governador Beto Richa e ainda do seu irmão deputado federal Sandro Alex (PPS) que irão criar uma usina de bons projetos. Márcio Pauliki disse que não irá mexer nos programas já existentes. Afirma que não irá governar com ‘bandeiras ideológicas’ sendo um prefeito independente e que mesmo assim conseguirá recursos dos dois governos. Péricles, por seu lado, disse que quer manter o já existente Centro Tecnológico, o Feira Verde, o Mercado da Família e o programa de regularização fundiária. Enfatiza a sua forte relação com o governo federal. Leandro Dias disse que em Ponta Grossa a administração anterior teve apenas uma visão empresarial, o que foi um equívoco, pois não cuidou do bem coletivo. A prefeitura apenas tem maximizado o lucro e o governo do PSOL irá combater esse estado de coisas.

Algumas conclusões podem ser alinhavadas: o governo Pedro Wosgrau não vem sofrendo nenhuma crítica dos candidatos, com exceção de Leandro Dias que acredita tratar-se de uma administração meramente técnica e, por isso, propõe, por exemplo, que a prefeitura ofereça cursinhos populares para estudantes pré-universitários. O parque Vila Velha, por seu lado, é um bem público que está privatizado. O restaurante popular, transformado ironicamente numa ideia mirabolante, nem sequer é citado. Os candidatos não podem apenas apresentar as mais diversas e extraordinárias propostas é preciso assinalar o sofrimento experimentado pelo povo em função da política.  

 

 

O autor é cientista político e professor da UEPG

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