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Educação militar

Acir da Cruz Camargo

 

Marca o ponta-grossense o alheamento à política, cidadania, direitos humanos, participação nas decisões do Poder Público. Ambulantes atacados pela polícia militar integram esse indefeso exército que não se empenha a entender o poder e violência que nos subjulgam diariamente. Devem portar nas barraquinhas a Constituição Federal, Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Constituição Estadual, fixar cartaz com disque denúncia da Ouvidoria Estadual e da Polícia Militar e telefonar nestes exatos momentos de agressão armada e especializada. Informar-se sobre cidadania sem a pose de vítimas.

Leitura informa e defende. Policiais violentos e descontrolados emocionalmente, em geral, não estudam ou leem, nem como autoajuda para os desvios de personalidade. O ensino médio, no caos educacional é insuficiente como pré-requisito de exercício dessa função. Sugerir que o vendedor lesado procure o Batalhão para denunciar é hilário, já que jaboti inteligente não vai à cova da onça reclamar do onçário. A transparência determina que diante dos sinais de conduta duvidosa, o Estado interfira sem ser provocado e apure as irregularidades. Deveres constitucionais do Governo.
Ao se comportar anti-sociedade, a Polícia Militar compromete a imagem do Governador, afeta seus objetivos eleitorais, pois quem estabelece o perfil da segurança pública é, exclusivamente ele.
Esta é a oportunidade dos partidos políticos, intelectuais e deputados do povo se manifestarem e exigirem uma reorientação filosófica da polícia militar.

A democracia não autoriza atuações fascistas de Estado, que se proponha acima da sociedade pagadora de impostos.  A polícia militar não está nem se deve crer acima do povo.

A Assembleia Legislativa deve chamar os educadores militares dessas desconhecidas academias e rever a forma de ingresso na carreira (que merece uma exposição histórica de sua criação no Brasil, a velha guarda nacional que caçava negros fugitivos), reestruturação e modernização do conteúdo programático nelas, falta de formação acadêmica em ciências humanas e ausência de conteúdos de Psicologia na grade curricular. 

Que se exija dos escritórios políticos dos deputados manifestação no plenário.
A perseguição a usuários de drogas é uma contradição num Brasil que defende o liberalismo político e a prevalência do individualismo em relação ao coletivo. Pessoas são ou não livres para fazerem sexo, beberem, fumarem ou usarem drogas?
Se estes vendedores estivessem assaltando, roubando, mereceriam punição, dentro dos princípios e convenções internacionais. Vendedores, nas ruas, ocupados e visíveis, representam presidiários a menos, danos sociais ao patrimônio a menos. A atuação da Polícia Militar jamais deve olvidar-se de que o farisaísmo também acomete as instituições do Estado.

 

 O autor é cidadão ponta-grossense

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