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CRACK, UM CAMINHO DE DIFÍCIL VOLTA

Matheus Araujo Laiola

 

Considerando as constantes prisões de traficantes de crack que vêm acontecendo em Castro, sobretudo com a utilização de menores de idade como fornecedores, necessário se faz a utilização deste meio de comunicação para esclarecermos algumas coisas sobre esta droga, que não escolhe classe social.

Quando ela chegou no Brasil, seu uso estava restrito à classe baixa, aos pobres, em razão do seu baixo custo. Nesta época, as autoridades pensavam que o crack iria ser consumido apenas pela baixa classe social. Ledo engano.

O crack expandiu-se rapidamente em todas as classes sociais.

Constantemente nós vemos matérias na imprensa com as seguintes manchetes: “Mãe chora a perda do seu filho para o crack”; “Mãe acorrenta filho viciado em crack”, etc.

Esses viciados estão queimando suas vidas nos cachimbos do crack, que surgiu no início da década de 80. Ele é uma mistura de cocaína (aproximadamente 50%) com outros produtos extremamente nocivos à saúde, tais como ácido sulfúrico, querosene ou gasolina. Sua maneira de ser consumida é o fumo. Seus principais efeitos são a depressão, inquietação, euforia e ansiedade, sendo que ela chega ao cérebro rapidamente (cerca de 15 segundos).

                        Esses efeitos fazem com que o usuário queira repetir a experiência.  Com isso, infelizmente, num curto espaço de tempo, o usuário se torna viciado. O fato dessa droga ser misturada com as substâncias acima citadas, a sensação de prazer não existe mais. O que existe, após a inalação da droga, é sensação de cansaço, falta de apetite e depressão, havendo necessidade de se fumar mais e mais.

Objetivando atingir o atual índice de consumo desta droga, no início dos anos 90 os traficantes elaboraram e executaram o plano de diminuir do mercado a oferta de cocaína e da maconha para “apresentar” a nova droga: o crack. Vendida em pequenas (e leves) pedras, o crack é mais lucrativo que as outras drogas.

                        Os viciados nos relatam que no momento em que se passa a fumar crack, a vida vira um inferno, dando a sensação de que a droga está te matando lentamente. O usuário/viciado perde a família, amigos, emprego, chegando no fundo do poço, no inferno. O viciado fuma o crack para dormir e acorda para fumá-lo.

Para poder consumir mais e mais esta droga, o usuário/viciado pratica furtos, roubos, homicídios, enfim, é feito de tudo para sustentar o vício.

A trajetória de crimes praticados pelo viciado em crack é sempre a mesma: começa a se desfazer de objetos da sua própria casa, vendendo ou trocando pela droga; chegando a homicídios e latrocínios.

Já na primeira experiência, o usuário pode se viciar, sendo que seus efeitos podem ser sintetizados em duas palavras: sofrimento e morte. O sofrimento é o dia-a-dia de um viciado e a morte é seu futuro próximo.

O “crackudo” ou “crackento”, expressões utilizadas de forma pejorativa ao usuário/viciado de crack, tem sua saúde debilitada rapidamente, podendo sofrer infarto, hipertensão, AVC, câncer na garganta, parada respiratória e cardíaca, bem como outras consequências avassaladoras. A vida do viciado em crack é curta. Para se ter uma ideia, o traficante dificilmente faz uso dessa droga.

O tratamento dos viciados em crack é extremamente difícil. O fator decisivo na recuperação é a participação da família do viciado nesse doloroso processo de tratamento.

Em razão do apresentado, esse Delegado de Polícia dá alerta à sociedade de Castro e região: delatem para os poderes constituídos, sobretudo para as Polícias Civil, Militar e Guarda Municipal, o tráfico de drogas na cidade. As Polícias não tem uma bola de cristal para visualizar onde o tráfico está ocorrendo.

 

 

O autor é delegado de Polícia de Castro, ex-delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, pós-graduado em Direito Constitucional; pós-graduando em Segurança Pública e Gestão Pública.

 

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