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A quem honra, honras

Por Walter Téle Menechino

Eles usam branco, mas são o pelotão do front, como juraram a Hipócrates.

A missão não é atirar para tirar vidas e, sim, dispender tanto quanto aos próprios pais, esforços possíveis e inimagináveis para salvar. Uma, duas, três, dez, cem, mil vidas… Todos as tardes e madrugadas.

Salvar tantas vidas quanto chegarem, muitas vezes já capengas, tenham vindo de longe, de perto, de ambulância, de ônibus, de automóvel, de mototáxi, de pés descalços no chão molhado ou ardente.

Não importa a cor de quem padece, a conta bancária de quem sente a falta de ar no peito, a idade de quem tosse seco sem cessar, a posição ideológica de esquerda ou de direita de quem arde em febre e pede socorro.

Pois tomaram por testemunhas todos os deuses e deusas a cumprir com o próprio poder a promessa de estimar a todos e, se for necessário, partilhar os próprios bens. E o maior deles é, sempre, a própria vida.

Por isso, nesses dias de virulentos bombardeios de mísseis invisíveis a olho nu, eles estão lá, prontos para deixar a comida no prato e passar a noite ao pé de leitos.

Muitos já não voltam para casa ao final do plantão, vão para um alojamento improvisado em um colégio próximo, para não expor esposas, maridos, filhos, irmãos e outros semelhantes.

Por isso, pagam o preço.

Tornam-se também pacientes, pois 40% dos casos de covid-19 em Ponta Grossa são de médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde tão importantes quanto.

Assim, ficam aqui, aos que permanecem firmes na linha de frente e aos que obrigatoriamente estão por um tempo afastados da prática ao que juraram a Apolo, Esculápio, Hígia e Panacea, nossas homenagens, reconhecimentos e agradecimentos:

– Muito, muito obrigado.

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