em

A FONTE LUMINOSA

Nesta semana a história do item número 1 do nosso inventário: A fonte luminosa e seu mecanismo que tornava seu funcionamento um espetáculo inusitado para a cidade. Vamos conhecer mais sobre a fonte luminosa que existia na Praça Barão do Rio Branco através do texto da pesquisadora da história ponta-grossense e membro do Sherlock Holmes Cultura, Denise Ernlund Metynoski. A praça hoje não tem mais qualquer sinal da fonte. Na praça a presença de fontes e chafarizes foi eliminada. O repuxo com a cornucópia que funcionava como chafariz ao lado do Ponto Azul teve a peça decorativa destruída recentemente, substituída por umas mangueiras com esguicho. E encontra-se desativado. O chafariz do Ponto Azul também sofreu descaracterização, sendo aterrado.

Carlos Mendes Fontes Neto (administrador).

 

A FONTE LUMINOSA

Denise Ernlund Metynoski

O projeto da fonte foi do mineiro Antonio Corrêa Beraldo, criador desse tipo de fonte, que ele batizou de “Fonte Independência”. Seu primeiro projeto data de 1930 e foi construído na cidade mineira de Pouso Alegre. Ele instalou fontes em muitas cidades brasileiras, entre elas Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Rio Branco, Erexim. Algumas dessas fontes ainda existem.

Foi o prefeito Albary Guimarães que teve a iniciativa de construir a fonte. O projeto constava de uma bacia circular que ficava abaixo do nível do chão, com envergadura de pouco mais de três metros, com uma mureta ao seu redor, a qual era reservatório de água. No centro tinha bacias em três níveis, onde estava instalado encanamento. Um único motor impulsionava engrenagens artesanais que produziam jatos de água. Os jatos do alto, com movimento circular e efeito de espiral, chegavam a quase 4 metros de altura e podiam formar 18 desenhos diferentes. As duas bacias inferiores tinham 6 jatos estáticos cada. A fonte tinha iluminação colorida que usava vermelho, verde, azul e branco, criando automaticamente 72 combinações usando jatos e cores. Na bacia inferior havia quatro pequenas construções com uma cabeça de leão, de cuja boca também jorrava água. Na parte de trás de uma delas havia uma porta de metal que dava acesso ao mecanismo para ligar a fonte e as luzes.

A fonte foi terminada e testada por seu construtor no dia 20 de março de 1938 e foi inaugurada no dia 27 do mesmo mês, um domingo.

Após a inauguração, que não contou com a presença de seu construtor, o secretário da prefeitura Sr. Fidelis Alves, a pedido do prefeito Albary Guimarães, enviou um telegrama para Beraldo. A fonte era ligada todos os dias das 19 às 22 horas, sendo sem iluminação nos dias de semana e com iluminação aos sábados, domingos e feriados. Os jatos das cabeças de leão nunca eram desligados.

Por volta de 1951/52 o mecanismo de iluminação deixou de funcionar e não foi consertado. Em 1955 os jatos começaram a apresentar problema no lado sul da fonte, esguichando água a uma distância de uns dois ou três metros fora da bacia inferior, impedindo a passagem de pessoas. Alguns jatos simplesmente pararam de funcionar. Em 1960 as construções com as cabeças de leão foram retiradas, juntamente com o motor, e a fonte deixou de funcionar definitivamente. Ela permaneceu no local até 1970, totalmente deteriorada e com problemas na renovação da água, acabando por ser demolida.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.