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A voz do Paraná

            Há quem diga que a nossa voz, a voz paranaense, bate na divisa com São Paulo e volta. E que, ao sul, bate no norte de Santa Catarina e retorna. Desses pontos não passa, nem tendo ao mesmo tempo três ministros em Brasília, governadores bons e meia-boca, parlamentares de prestígio pessoal que não encontram o caminho das pedras. Pois assim ocorreu mais uma vez. A presidente Dilma Rousseff lançou um extraordinário programa de concessões de rodovias e ferroviárias no valor de 133 bilhões de reais. Onde está o Paraná, o Estado que mais grãos produz no país e que, claro, com eles não fica, pois se exporta e ajuda muito bem a balança comercial.

            O tema é antigo. Não se culpe quem possa querer usar a carapuça, mas entre vivos e os que já se foram, os de qualidade e responsabilidade, sem exceção de categoria e de posição política, como social e empresarial, estamos devendo. Vale só como registro por voltar ao assunto: que ainda estamos na rabeira das reivindicações e dos feitos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

            A presidente Dilma Rousseff promete lançar breve o projeto também de alto alcance para os portos. É hora de gritar que temos Paranaguá, maior exportador de grãos do país. E que carece de predicados mais eficazes a fim de desempenhar seu papel na economia brasileira como sempre se julgou.

            Por 30 anos vamos ter a iniciativa privada ligada ao Governo Federal, através de contratos de concessões, que já se nomeou como privatização, embora não seja importante uma definição apenas de fantasia, mas sim dos propósitos e dos entendimentos.

            Agora na administração governamental do Estado, parece ter havido um acordar generalizado. Tudo bem, mas continuamos atrasados, batendo na porta com o fato já consumado. Será possível reverter a situação? Vão-se abrir as portas, mudar planos e programas, justamente para atender aos reclamos de governantes de oposição? Ainda é tempo? Pois que seja, que haja virtudes no trato da coisa pública.

            Do Governo paranaense, o vice-governador Flávio Arns saiu na frente, reclamando, logo ele que já pertenceu ao PT. Diz que o Governo do Estado vai buscar o que de uma forma julga ser seu: quer que os 133 bilhões de reais passem pelo Paraná de uma forma que ajude nas prioridades. Que não venha de visita.

            E isso acontece logo agora que Beto Richa resolveu revigorar o Escritório do Paraná em Brasília. Temos que estar de olho. Na frente. Auscultando os movimentos antes de eles política e administrativamente serem lançados. Precisamos aprender de uma vez por todas: o Paraná fica, nós passamos, Temos que deixar exemplos, lutar, independentemente de posições políticas, eleitorais, programáticas, ideológicas. Vamos continuar gostando e fazendo política. Com divergências. Mas com inteligência.

 

Ayrton Baptista, jornalista.

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