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Assalariados e reféns do governo

* Mario Eugenio Saturno

 

Meu Deus! Como era bom ser petista 20 anos atrás… E como eu tenho pena dos simpatizantes de agora. Apesar dos meus artigos darem uma impressão diferente, até mesmo eu vejo pontos positivos no governo Dilma. Diversas críticas que fiz em meus artigos e que eram uma obviedade consensual a muitos críticos, a presidente tomou alguma medida.

Não deixo de ver progresso na redução de impostos e taxas, como no IPI (sobre produtos industrializados). É preciso ser um estadista para tomar medidas ainda mais abrangentes. Outra ação impactante foi a redução dos juros, mas foi a utilização do Banco do Brasil e da Caixa Federal como instrumento político e econômico. A taxa de juros do Brasil pode ser ainda a maior do mundo, mas a do cartão de crédito, dezenas de vezes maior, é um escândalo tão grave como as desventuras sexuais do presidente Lula. Aliás, ele já deu alguma explicação do uso do dinheiro público em suas aventuras?

Curiosamente, ao baixar os juros do cartão e cheque especial do BB e Caixa, o governo aumentou a participação desses bancos no mercado. E com taxas de 85% ao ano, ainda dá para ser mais corajosa, presidenta!

Certamente, depois que a Dilma condenou apedrejamentos de mulheres no Irã, viu-se que ela não seguiria Lula tão cegamente. Porém há muito a fazer. E o que o presidente não fez em oito anos, talvez a presidenta faça, como o escandaloso imposto de renda que vitima a classe média, a verdadeira, não aquela dos números governamentais. Se não bastasse a espoliante taxa de 27,5%, a tabela de descontos do Imposto de Renda é corrigido abaixo da inflação, além de ter sequestrada sua renda, o assalariado que não tem como sonegar, tem que pagar escola particular para os filhos e plano de saúde para a família. Uma injustiça sem tamanho, tanto que a Ordem dos Advogados do Brasil entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o limite para gastos com educação. Realmente, R$ 3 mil não paga nenhuma escola.

Infelizmente, não dá para esperar muito mais da presidente. Alguém acredita que ela teria coragem para taxar as grandes fortunas? Basta observar o último escândalo do Lula para ver que não há esperança. O ex- presidente Lula tem viajado ao exterior para dar palestras, assim como o outro ex, o Fernando Henrique Cardoso. Porém Lula tem uma enorme influência no governo Dilma.

Estima-se que Lula receba por cada palestra no exterior em torno de R$ 300 mil, mais custas. O surpreendente é que dos 30 países que visitou, pelo menos 13 foram pagos por empreiteiras, como Odebrecht, OAS e Camargo Corrêa. A Folha de S.Paulo levantou os financiadores nos telegramas diplomáticos que obteve. Lula ajudou empresas brasileiras a vencer resistências locais ao emprestar sua imagem. As viagens foram privadas, mas o governo também teve gastos com funcionários, almoços e aluguéis de material para a comitiva.

As grandes fortunas têm em Lula seu advogado, o melhor possível, restando à Dilma extorquir dos reféns habituais, os assalariados que não tem como fugir.

 

*Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.

 

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