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E-bikes são alternativa para o trânsito de Ponta Grossa?

Foto: Divulgação

À medida que o final de ano se aproxima, o cenário caótico do trânsito nas cidades brasileiras torna-se ainda mais desafiador, com um aumento significativo no fluxo de veículos nas vias urbanas. Em meio a essa realidade, as e-bikes surgem como uma alternativa inteligente e sustentável para contornar os problemas de mobilidade. Mas, em Ponta Grossa (PR), cidade cheia de subidas e descidas, as e-bikes ou bicicletas elétricas são uma proposta viável?

E-bikes em Ponta Grossa

Para tentar responder a essa pergunta, a reportagem do Diário dos Campos e portal DCmais consultou Marcos Fernando Pinheiro. Ele trabalha há cerca de sete anos no ramo de bicicletas, entende de mecânica, e atualmente está como vendedor na loja Alex Ribeiro Bikes, no Bairro Oficinas. Confira abaixo algumas das respostas dele sobre perguntas mais comuns, na hora de comprar uma das e-bikes em Ponta Grossa:

Portal DCmais: qual é o custo para comprar uma e-bike?

Marcos Pinheiro: Hoje os equipamentos com os quais a gente trabalha são diferenciados, de alto padrão, classe A. Porque são marcas importadas que, no meu ponto de vista, têm um custo um pouco alto, com valores que iniciam em R$ 50 mil. Mas existem no mercado modelos e marcas com valores a partir de R$ 8 mil a R$ 10 mil, porém com uma bateria que tem autonomia menor. Outras, mais caras, podem ser usadas até mesmo em trilha.

DCmais: E qual é a rotina de carregamento da bateria?

Marcos: Quando eu vendo uma e-bike, já dou 10 horas de carga e entrego ela carregada para o cliente. Ele, por sua vez, vai recarregar quando a carga estiver em 10% ou 20%, bastando duas a três horas para a carga estar completa de novo. Não temos estimativa do impacto na tarifa de energia, mas consideramos que é baixo, porque o uso da e-bike pode substituir os gastos com combustível do carro ou com a tarifa de ônibus. Vamos supor que você vai comprar a e-bike para ir trabalhar, fazendo uns 15 quilômetros por dia, você provavelmente vai carregar a e-bike uma vez por semana.

DCmais: Mas dá pra subir a Rua Francisco Búrzio? Dá pra subir a Visconde de Taunay até o Santa Paula?

Marcos: A e-bike vence qualquer rua mais íngreme. Todas vêm com visor que muda a potência do motor. Geralmente são três potências, e a mais forte é para isso. Já nas vias menos íngremes, a sensação que você tem é como se alguém estivesse te empurrando enquanto você pedala. Porque a e-bike exige que você pedale – é o chamado “pedal assistido” – só que te obriga a fazer um esforço bem menor do que com uma bicicleta convencional.

Estudo sobre as e-bikes

De acordo com pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 7% da população gasta entre 2 e 3 horas por dia no trânsito e 21% entre 1 e 2 horas. Além disso, em novembro de 2023, foi registrado “recorde” de lentidão de 466 km, a maior média na cidade de São Paulo nos dias úteis registrada desde fevereiro de 2020, antes da pandemia de coronavírus, de acordo com a CET.

“Diante do aumento constante de carros nas ruas, enfrenta-se um desafio crescente no trânsito, especialmente na época que antecede as festas de final de ano, quando muita gente está nas ruas comprando itens de decoração, presentes ou participando de confraternizações. Nesse cenário, as e-bikes representam uma solução prática e eficaz ao automóvel, proporcionando agilidade e contribuindo para a redução das emissões de poluentes”, afirma Gabriel Arcon, CEO da startup de mobilidade E-Moving, uma das pioneiras em oferecer serviço de assinatura mensal de bicicletas elétricas no Brasil.

Carros X e-bikes

No Brasil, a frota de veículos continua crescendo, segundo levantamento feito em 2018 pela Confederação Nacional de Municípios, existem 61,2 milhões de carros registrados no país, tendo um aumento de 14% da frota. As e-bikes oferecem uma solução prática para escapar da aglomeração nas avenidas e ruas congestionadas. Além de proporcionarem mobilidade ágil, as e-bikes contribuem para a redução das emissões de poluentes, promovendo um meio ambiente mais saudável.

“O uso das bikes elétricas não só alivia o trânsito, mas também promove um estilo de vida mais saudável. Essa alternativa de transporte oferece uma maneira eficiente de se deslocar, evitando o estresse das vias congestionadas, enquanto contribui para a construção de cidades mais sustentáveis”, complementa o CEO.

Congestionamentos

A funcionalidade das e-bikes as tornam ideais para deslocamentos urbanos, especialmente em períodos de congestionamento intenso, como o final de ano. Equipadas com motores elétricos alimentados por baterias recarregáveis, essas bicicletas oferecem assistência elétrica ao pedalar, permitindo que os usuários percorram distâncias maiores com menor esforço.

E-bikes são práticas, sustentáveis e fazem bem à saúde

Além de proporcionarem uma alternativa ecologicamente correta, as e-bikes também promovem um estilo de vida mais ativo e saudável. Com benefícios tanto para a saúde individual quanto para o meio ambiente, essas bicicletas elétricas representam uma escolha inteligente diante do caos no trânsito, oferecendo uma maneira eficaz de se movimentar pelas cidades.

Um estudo realizado pela Universidade de Yale (EUA), acompanhou 1,2 milhão de pessoas com mais de 18 anos, entre 2011 e 2015, que utilizavam e-bikes. Um mês depois do início da pesquisa, os participantes que andaram de bicicleta elétrica passaram 43,2% dos dias com a saúde mental mais estável do que os que não praticaram nenhuma atividade física associada.

“Neste final de ano, a mensagem é clara: diante do aumento constante do número de veículos e do congestionamento nas ruas, as e-bikes são uma ótima alternativa, proporcionando um deslocamento eficiente, livre de estresse, e contribuindo para a construção de cidades mais equilibradas e ecologicamente conscientes”, finaliza Arcon.

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