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“Vou para o governo estadual para somar”, afirma Sandro Alex

Reeleito a deputado federal com mais de 124 mil votos, Sandro Alex (PSD) foi candidato a deputado federal que mais recebeu votos em Ponta Grossa, o quinto mais votado do Paraná nas eleições de 2018.

Perto de assumir o terceiro mandato de deputado federal, Sandro Alex foi anunciado recentemente como o futuro secretário de Infraestrutura e Logística do governo Ratinho Junior (PSD), uma das pastas mais importantes do governo do Paraná.

Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, o deputado e futuro secretário faz um balanço do mandato de deputado e ressalta os principais motivos que o levaram a aceitar o convite para compor o primeiro escalão do governo estadual, os desafios e prioridades que terá à frente da pasta. Diante das críticas de que estaria “abandonando” o mandato para o qual foi reeleito, ele ressalta que continuará acompanhando as discussões em Brasília e reforça que continua sendo deputado federal, e que assume a secretaria estadual para somar com o desenvolvimento do estado. Confira trechos da entrevista.

Balanço do mandato de deputado federal

“Concluo meu mandato – e que as urnas revalidaram o trabalho que realizei – com excelência. Me mantive entre os mais bem avaliados do Paraná no que diz respeito à presença em plenário, gastos, processos judiciários, ou seja, ficha limpa, e atividade legislativa. Esta avaliação me colocou entre os melhores do país. Tivemos um mandato turbulento, com troca de presidente, mas me mantive independente, fui a favor da investigação de Dilma Roussef e do Michel Temer, tive o reconhecimento da mídia brasileira por estar no Conselho de Ética da Câmara, fui o único paranaense a integrar o conselho e isso me projetou bastante. Trabalhei na liberação de recursos importantes: conseguimos liberação de mais de R$ 100 milhões em áreas importantes e que beneficiaram para universidades, hospitais, o Poder Judiciário, além da certificação da raça Purunã, ou seja, tivemos uma série de trabalho.

Consegui aprovar a lei dos eixos suspensos e que contribuiu com o fim da greve dos caminhoneiros, conseguimos colocar em operação o aeroporto de Ponta Grossa. Acredito que ampla votação que me reelegeu foi certeza que fiz bom trabalho, mesmo com campanha contra reeleição, a população entendeu que eu era merecedor de um novo mandato”.

Convite para o primeiro escalão do governo estadual

“Há décadas Ponta Grossa não tinha este espaço no governo, ainda mais em um secretaria tão importante como é a Infraestrutura. Aceitei o desafio de assumir a Secretaria de Infraestrutura e Logística para poder fazer parte da construção de uma nova história para o Paraná. Eu vim ao PSD junto com o Ratinho Junior, tenho uma amizade de muitos anos com ele, período em que caminhamos por todo o Paraná. Construímos uma bancada, um plano de governo e uma vitória ainda no primeiro turno das eleições. Ele sabia que tenho história consolidada em Brasília, de dedicação e seriedade, e ele gostaria que eu ajudasse e estivesse junto neste momento no Paraná. Quando ele ganhou a eleição e começou a montar a equipe ele me convidou para fazer parte do governo. Ele disse que escolheu a Infraestrutura como um dos pilares da gestão porque o estado precisa se preparar para as próximas décadas, e que gostaria que eu estivesse à frente da pasta. Disse que não seria fácil porque a pasta passou por momentos turbulentos mas que confiava em mim. Então, eu dei alguns encaminhamentos para que isso desse certo. Primeiro fui até o presidente eleito, Jair Bolsonaro, pedir para que continuasse com o trânsito no Palácio do Planalto como parlamentar, e tive resposta positiva. Fui até o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, e da mesma forma obtive seu apoio. Falei com a bancada do PSD, vou continuar dando expediente em Brasília, vou continuar dando encaminhamento aos projetos que já apresentei. Fui então falar com o meu suplente, o deputado federal Reinhold Stephanes [Junior], e fiz algumas condições, que foram aceitas. A primeira condição é de que não abriria mão de todas as emendas a tenho direito no mandato porque acho que isso pertence à região que o titular representa. Ou seja, as emendas que pertencem à Santa Casa, UEPG, aos municípios da região que represento, vão continuar sendo beneficiadas. A equipe técnica em Brasília que recebe os prefeitos em e encaminha os projetos será mantida. São condições que eu coloquei porque continuo sendo deputado federal. Stephanes é de Curitiba e vai apoiar os prefeitos da região. Serei secretário e deputado federal, não abro mão do meu cargo. Vou continuar nas discussões que acontecem no Congresso. O maior orgulho que tenho é ser deputado federal. Quero ajudar o governador, dar encaminhamento aos trabalhos e quando as obras estiverem caminhando e tudo em ordem, posso voltar ao mandato. Vim para o governo para somar”.

 Postura que adotará na Secretaria

“Vou enfrentar muitos problemas e retaliações. Não tenho formação técnica na área. Mas, a secretaria não tem problema de cálculo e nem de engenharia, temos bons quadros dentro do DER, o que falta é gestão, transparência e comprometimento com o dinheiro público e é isso que o governador Ratinho viu em mim: a possibilidade de colocar um gestor que cuide bem da máquina pública e que consiga liderar os profissionais para dar encaminhamento aos projetos em uma pasta que é tão importante. É preciso administrar a secretaria com celeridade e probidade. E é isso que me comprometi a fazer e minha conduta fala por mim. Sempre fui defensor de resultado: menos conversa e mais resultado. A minha missão na secretaria é gerir uma equipe que se comprometa com a infraestrutura do estado para as próximas décadas”.

Processo de transição

“É um governo novo e claro que isso inclui novas ideias e pensamentos. Temos inúmeras pessoas que contribuíram com o estado e merecem reconhecimento. Agora estamos trabalhando no processo de transição do governo. Em fevereiro eu volto a Brasília para a posse, voto no presidente da Câmara, dou encaminhamento às tratativas e depois volto para dar encaminhamento aos trabalhos no governo do Estado. Vou me apresentar aos órgãos de fiscalização do Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, porque precisamos fazer uma gestão compartilhada. Não se faz obra sem transparência, acompanhamento e fiscalização. É isso que quero implantar no Paraná”.

Anúncios previstos e atenção com a região

“Já nos primeiros 90 dias do governo Ratinho Junior devemos fazer um grande anúncio de projetos de infraestrutura, na ordem de R$ 200 milhões. Não se faz obras sem bons projetos e por isso devemos anunciar novidades logo no início da gestão.

Temos muitas demandas para a região. Há mapas que constam estradas pavimentadas e ainda são estradas de terra. Temos cidades com dificuldade de acessos e grandes problemas de mobilidade, precisamos investir em modais, duplicação de rodovias. No caso de Ponta Grossa, o Contorno Norte é a minha grande bandeira”.

Articulação política

“Nos últimos anos, a briga dos senadores – notadamente de Roberto Requião e Gleisi Hoffmann – com o governo do Estado prejudicou a liberação de recursos importantes para o Paraná. Com as eleições de 2018, temos um novo cenário estabelecido e a grande oportunidade de captação de recursos junto ao BID. Temos um novo momento no Senado, uma nova bancada aguerrida, uma Assembleia propositiva. Temos um governador comprometido em enxugar a máquina pública, em otimizar os recursos, trazer inovação para o Estado. Então temos que aproveitar este momento. O desafio é grande mas a expectativa é maior. Pretendemos ampliar as parcerias público-privadas que podem ser benéficas para o Paraná”.

 

 

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