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Força-tarefa combate guerra no tráfico de PG

Foto: Arquivo: DC

Em entrevista ao Jornal Diário dos Campos, o delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial (SDP), Nagib Nassif Palma, afirmou que a prisão de três suspeitos de envolvimento em homicídios em Ponta Grossa é fruto de uma força-tarefa. Desde meados da semana passada, equipes se dedicam a identificar, localizar e prender os criminosos diretamente ligados aos crimes ocorridos na cidade nos últimos meses.

Somente em janeiro, já foram registrados 10 homicídios, destes, pelo menos sete foram com características de execuções. A Polícia Civil já adiantou que a principal motivação está ligada a uma briga envolvendo dois grupos criminosos em decorrência do tráfico de drogas. 

“A força-tarefa que nós montamos está funcionando. Tanto é que já deu resultado. Certamente, é uma prisão muito importante e que tem a ver com essa guerra. Um dos lados está matando bastante e é o mais violento. Esse grupo é o que nós estamos combatendo agora”, destacou o delegado.

Três presos

Na noite da última sexta-feira (21), a Polícia Militar de Ponta Grossa prendeu um homem de 22 anos, apontado como um dos possíveis envolvidos nos homicídios. O suspeito foi detido quando equipes do Pelotão de Choque e Rota do 1º BPM faziam patrulhamentos no Jardim Esperança e avistaram o suspeito, na Rua da Pousada.

Com o abordado foi localizada certa quantidade de substância entorpecente do tipo crack. Segundo a PM, ao ser questionado sobre a suposta participação nos homicídios, ele assumiu ser um dos autores, relatando que os seus comparsas estariam em outro local, situado na Av. Ana Rita.

Em diligências até o local indicado e em conversa com o proprietário da residência, o mesmo informou que locava o imóvel dos fundos aos indivíduos, franqueando a entrada das equipes para averiguação dos moradores.

Nessa residência dos fundos foram localizados mais dois dos suspeitos de envolvimento nos homicídios da cidade, de 18 e 20 anos. Durante as buscas na residência, foram encontradas duas armas de fogo, carregadas, e mais certa quantidade de substância entorpecente do tipo crack.

Autoria

De acordo com a PM, os indivíduos assumiram a autoria de alguns homicídios da cidade, inclusive repassando detalhes dos mandantes e dos armamentos utilizados. Diante da situação, os indivíduos, as drogas, as armas e os celulares dos detidos foram encaminhados até a 13ª SDP para demais providências.

“Os caras conseguem se esconder, eles vão e voltam de Ponta Grossa e, por isso, optamos por fazer essa força-tarefa e unimos a Polícia Civil, Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Rodoviária Estadual e Depen para conseguir a prisão das peças chaves dessa briga”, reforçou Nagib.

Procurados

Um dos três suspeitos de praticar boa parte das execuções ocorridas até o final do mês de outubro de 2021, em Ponta Grossa, foi preso no dia 26 de dezembro na BR-376. José Raylan de Lima estava foragido da Justiça e sua foto já havia sido divulgada pela Polícia Civil no ano passado.

O suspeito estaria retornando do litoral juntamente com familiares quando o veículo em que ele estava foi abordado pelas equipes da Polícia Rodoviária Federal próximo ao posto Furnas.

José Raylan estava com um mandado de prisão em aberto pela 2ª Vara Criminal de Ponta Grossa com validade até 8 de outubro de 2041. Ele, juntamente com outros homens, são suspeitos de 24 homicídios em Ponta Grossa, sendo 21 deles cometidos em 2021. Desde então o trio estava foragido.

Os 21 homicídios que teriam sido praticados pelo trio representam 38% do total desse tipo de crime ocorrido no ano passado na cidade. Os outros dois procurados são Erick Henrique da Silva Rocha (‘Menor’) e Eduardo Ferreira (‘Indinho’) que continuam foragidos.

Carta de facção

A Polícia Civil ainda investiga uma suposta carta de facção que circulou pelas redes sociais na semana passada descrevendo possível atuação em Ponta Grossa.

O delegado não confirma a presença de núcleos do Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV), conforme consta nas mensagens, em Ponta Grossa.

“São brigas entre criminosos. Isso sim podemos afirmar. Agora que está concentrado nessas duas facções, não. Claro que, por trás de alguns dos grupos, há sim, em um nível mediato, ligações com facções maiores, mas pode ser PCC, CV, Facção de Santa Catarina, grupos de Curitiba, etc. É assim que conseguem as drogas. Mas isso acontece em todo lugar”, afirmou o delegado.

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