A pandemia do novo coronavírus fechou as portas – temporariamente ou permanentemente – de muitas lojas do país e do mundo, já que as medidas de isolamento social provocaram uma queda geral no consumo. No Paraná, 2020 registrou uma queda de 4,57% nas vendas do comércio de todo o estado, no qual apenas uma não sofreu uma retração no varejo: no comparativo com 2019 a região de Ponta Grossa teve uma alta de 1,18% nas vendas.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), divulgada nesta quarta-feira (24).
Dentre as outras cinco regiões delimitadas pela pesquisa, o pior resultado foi o da de Maringá (-15,74%). No Oeste a queda foi de -5,11%, no Sudoeste de -5,01%, em Curitiba e Região Metropolitana de -3,31% e em Londrina e arredores a baixa foi de -3,17%.
“Nós estamos recebendo grandes obras que geram muitos empregos e, consequentemente, distribuição de renda e atração de trabalhadores de outras cidades, que acabam gastando aqui. Alguns exemplos são o sistema de transmissão de energia da Engie, que soma cerca de seis mil funcionários na região, além dos quatro novos viadutos e da ampliação da Heineken, por exemplo”, avalia o presidente do Sindilojas e secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, José Loureiro.
Segmentos
A alta no volume de vendas na região de Ponta Grossa em 2020 foi puxada pelos segmentos de materiais de construção (+9,47%), supermercados (+6,52%) e autopeças (+6,48%). No estado a tendência foi semelhante, já que na média paranaense venderam mais no ano passado os supermercados (+9,03%), móveis, decorações e utilidades domésticas (+7,25%), autopeças (+3,17%), farmácias (+2,9%) e materiais de construção (+1,78%).
As maiores quedas nos Campos Gerais foram no setor de calçados (-32,35%), livrarias e papelarias (-28,18%) e vestuário e tecidos (-18,91%), seguindo a tendência estadual.
Paraná termina o ano com queda, mas tendência de crescimento
O varejo paranaense encerrou 2020 com tendência de crescimento. Segundo a pesquisa da Fecomércio, o mês de dezembro foi melhor do que o de 2019, com alta de 1,57%, e melhor que o mês ligeiramente anterior (+13,18%) – especialmente nos ramos que comercializam presentes característicos de Natal, entre eles, as lojas de vestuário e tecidos e calçados, que tiveram um salto nas vendas de 97,76% e 91,4%, respectivamente, para alívio dos comerciantes, uma vez que estes são os setores mais afetados pela pandemia.
No entanto, a elevação nas vendas no fim de 2020 foi insuficiente para recuperar as perdas do varejo causadas pela pandemia.
No acumulado do ano, a redução foi de 4,57%. “Observa-se porém, que a crise provocada pelo coronavírus trouxe grandes impactos negativos para o setor do comércio paranaense, mas o resultado só não foi pior do que na crise política de 2015, quando o varejo fechou o ano com retração de 8,79%, e ainda amargou reflexos negativos no ano seguinte, que terminou em redução de 3,08%”, destaca a entidade.