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PG tem 13,9 mil recuperados da covid-19, mas doença deixa sequelas

Giovani massageia as pernas da mãe; Sônia ainda tem dificuldades para andar (Foto: José Aldinan)

Em janeiro, dados do boletim oficial da covid-19 em Ponta Grossa apontaram que o município tinha a maior taxa de casos com vírus ativo do Paraná. Mais da metade das confirmações era de vírus ativo, mas a Fundação Municipal de Saúde (FMS) declarou que os números estavam desatualizados, e que seria necessário ampliar o quadro de funcionários para apresentar os dados reais. A FMS informou ter contratado 26 monitoradores e 10 supervisores. Agora o município soma 13.926 pacientes recuperados da doença, enquanto que há 5.510 casos ativos (cerca de 28,3% do total de casos, excluindo os óbitos).

Embora o aumento no número oficial de recuperados sirva de alento, não muda o fato de que muitos desses pacientes ainda sentem os efeitos de uma doença que, um ano atrás, simplesmente não existia.

Resultado positivo

Aos 66 anos, Sonia Aparecida Ferreira dos Santos agradece a Santa Rita – de quem é devota – o fato de não ter precisado ser internada. O contágio foi surpresa total, principalmente porque Sonia alertava a todos sobre a pandemia, usava máscara e álcool gel frequentemente, e mantinha o distanciamento social. Mas, dia 8 de janeiro, acordou com fortes sintomas de gripe.

Ela insistia estar com covid-19, a família não queria acreditar. Mas no dia 9 ela piorou e em seguida precisou ir a consulta médica. Entre os sintomas estavam fortes dores pelo corpo, diarreia, vômito, dor de cabeça e febre. Chegou a ter problemas para caminhar, falar, enxergar e raciocinar. A prova real só veio cerca de 10 depois da consulta, quando saiu o resultado positivo para covid-19.

“Tive um princípio de pneumonia mas, graças a Santa Rita, o pulmão não foi tão afetado. Mesmo assim, tive falta de ar”, recorda Sonia. Foram 33 dias até estar recuperada. Mas, segundo ela, ainda ficaram as sequelas da doença. Ela sente dificuldades para se locomover, na voz, e psicologicamente também.

Perda de cabelo

Aos 51 anos, o professor de Educação Física Dalmo Souza apresentou um quadro bastante grave da doença. Ficou 39 dias internado, sendo três semanas na UTI. Com comorbidades – problema renal – e imunidade baixa, ele teve 90% do pulmão comprometido. “Fizeram transfusão de sangue, tratamento com plasma. Tentaram meio que tudo”, recorda.

Curiosamente, não teve febre, nem dores no corpo. A covid-19 atacou principalmente a parte respiratória. “No primeiro dia de sintomas, quando ainda nem tinha feito teste, percebi que o paladar estava prejudicado. Agora, mais de dois meses após receber alta, ele pode apontar a sequelas: exames mostraram que o coração aumentou de volume, ele sofrendo muita queda de cabelo e sente bastante cansaço.

Nervo Ciático

A empresária Vilma Becchi também enfrenta o problema da queda de cabelo. “Não sei se é decorrência da covid-19, ou de algum medicamento, mas a queda de cabelo veio muito forte”, diz. Ela ficou 10 dias internada em UTI, e deixou o hospital em 19 de agosto. Depois, foram necessários dois meses de tratamento com fisioterapeuta, e exames apontaram problemas no nervo ciático, possivelmente também sequela da infecção.

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