O anúncio do fechamento das três fábricas brasileiras da Ford, feito há um mês, surpreendeu as concessionárias paranaenses da marca. Na ocasião, a reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais entrou em contato com as revendas presentes em Ponta Grossa, Curitiba, Cascavel, Londrina e Maringá e as respostas tiveram o mesmo tom: que as equipes estavam em reunião e não se manifestariam ainda.
Nesta quarta (10) a reportagem novamente entrou em contato a loja ponta-grossense de automóveis, que disse que foi decidido que o atendimento segue normal. “Não muda nada. Continuamos a receber produtos fornecidos pela Ford, como a Ranger, Territory, Mustang, Edge, e dentre os próximos 45 a 60 dias teremos o Bronco, que será lançado simultaneamente com os Estados Unidos”, disse o gerente de vendas da Fancar, Paulo Godoy.
Segundo ele, a venda de carros exclusivamente importados não deve afetar os preços dos veículos. “Os acordos comerciais seguem iguais, como o do Mercosul, o entre o Brasil e o México, e logo devemos ter o acordo com a União Européia, quanto então poderemos trazer veículos de lá também. A Ford ainda está investindo R$ 540 milhões para melhorar a Ranger e mai de R$ 1 bilhão na África do Sul, que poderá exportar carros para o Brasil”, contou o gerente.
Godoy também afirmou que o seguimento da operação das concessionárias segue para todas da rede Fancar – presente em no Paraná também em Cascavel, Guarapuava, Irati, Pato Branco e Umuarama e no Mato Grosso em Primavera do Leste e Rondonópolis.
Assistência técnica
A Fundação Procon de São Paulo e Ford Motor Company Brasil fecharam um acordo em que a empresa se compromete a manter assistência ao consumidor no país, com operações de vendas, serviços, assistência técnica, peças de reposição e garantia para seus clientes. O acordo, divulgado nesta semana, tem abrangência nacional e vigência durante toda a vida útil dos veículos vendidos pela marca. “O acordo garante a tranquilidade de quem já possui um veículo da montadora ou que venha a adquirir um. Vale destacar que o acordo é válido para todo o Brasil”, destacou o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez.
Fechamento das fábricas
A Ford anunciou no dia 11 de janeiro o fim da produção de carros no Brasil, que iniciou em 1919, quando foi a primeira montadora a se instalar em território nacional. A montadora, que já tinha encerrado a produção em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, comunicou que fecharia também as demais fábricas no País: Camaçari (BA), onde produzia os modelos EcoSport e Ka, Taubaté (SP), que produzia motores, e Horizonte (CE), onde eram montados os jipes da marca Troller.
A decisão deverá levar a um encolhimento da marca no País. As vendas do EcoSport e do Ka, por exemplo, serão encerradas assim que terminarem os estoques.
Queda de vendas
A companhia informou que tomou a decisão após anos de perdas significativas no Brasil. No acumulado de 2020, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a fatia da montadora era de 7,14%, atrás de General Motors, Fiat, Volkswagen e Hyundai, considerando automóveis e comerciais leves. Há poucos anos a empresa tinha 12% de participação nas vendas.
Em 2020, foram emplacados no País cerca de 2 milhões de carros, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A Ford foi responsável por 119,4 mil, considerando apenas os automóveis, queda de 39,7% em relação a 2019. O Ford Ka foi o sexto modelo mais vendido no Brasil no ano passado, aponta a Fenabrave. Em 2019, havia ocupado a segunda posição.
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