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Região de Ponta Grossa tem queda de quase 40% no número de roubos

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná divulgou o balanço de furtos e roubos em todo o estado. Os dados são relativos a três trimestres (janeiro a setembro de 2020) e apresentam diminuição da criminalidade na região de Ponta Grossa, que compreende também os territórios de Carambeí, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva, Arapoti e Sengés.

A queda mais acentuada está nos roubos consumados. Em 2019, 2.194 crimes deste tipo foram registrados em nove meses. Um ano depois, as forças de segurança mostram o registro de 1.392 roubos na região, o que representa decaída de 36,55%.

O mês com maior registro foi janeiro, quando 178 casos foram atendidos. Esse número está abaixo de todos os meses do ano passado, quando o menor número apresentado era 199 em abril.

Questionado sobre a interferência da pandemia na criminalidade da região, o delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma, argumenta que a relação procede só até certa medida.

“Mais no começo da pandemia, quando diminuiu o movimento de pessoas nas ruas e houve o isolamento voluntário. Mas na sequência, quando de certa forma a movimentação voltou, houve até um pequeno acréscimo”, esclarece.

As palavras do delegado chefe são comprovadas pelos dados: em abril havia 176 casos de roubos. Os números diminuíram até julho, quando chegou a 118 ocorrências na região. A partir de agosto, as estatísticas mostram um crescimento repentino para 168.

Fato semelhante ocorre com os furtos – crime que acontece sem abordagem direta do criminoso à vítima. O registro caiu a partir de março e voltou a subir nos meses de julho e setembro. Ao todo, a região computa 6.070 furtos em 2020 contra 6.813 do ano passado – queda de 10,9% nesse tipo de ocorrência.

“Vínhamos de um trabalho desde o ano passado. Então já no início de 2020, antes da pandemia, estávamos com indicativo de queda dos crimes patrimoniais”, acrescenta o delegado Nagib.

Vítimas

Os furtos e roubos de forma geral estão atrelados a outros tipos de crimes, o que demanda investigação apurada após o cometimento. Em curto prazo, as forças de segurança conseguem chegar a receptadores de produtos.

É o que ocorreu com uma fonte ouvida pelo DC em sigilo. Um dos filhos dela foi assaltado quando estava com um grupo de amigos nas proximidades da Avenida Eusébio de Queirós, em Uvaranas. Eles estavam andando pela região à noite quando foram abordados por três indivíduos. A quadrilha levou aparelhos de celular, carteiras e itens de vestuário.

Dez dias depois do episódio, a família conseguiu recuperar um celular com ajuda da tecnologia. “Meu filho tinha bloqueado o aparelho. Algum tempo depois recebemos uma mensagem indicando que haviam comprado esse aparelho no calçadão de Ponta Grossa. No ato ligamos o rastreador, que mostrou a localização. Pedimos ajuda à Polícia Militar e juntos fomos ao local resgatar o aparelho”, relembra a fonte.

Não houve prisão, mas o celular voltou para as mãos do verdadeiro dono. O comprador chegou a conversar com a vítima por mensagens e informou que havia pagado R$ 650 pelo aparelho no Calçadão.

“Comprei um celular agora à tarde desligado. A pessoa falou que era só carregar. Carreguei, coloquei o wifi e apareceu seu número. Não tinha ideia disso. Comprei porque também tenho um. Sei que é bom. Ele me disse que só estava vendendo porque estava precisando. Ainda fui com ele até a boca do caixa e saquei o valor que ele pediu”, justificou o comprador por mensagem à vítima.

Resolução de crimes

A Polícia Civil atua em duas frentes para diminuição de furtos e roubos em Ponta Grossa e cidades próximas. O delegado Nagib Nassif Palma nomeia de ‘atacado’ e ‘varejo’.

“No atacado são as operações em cima dos pequenos e médios traficantes, assim como na desarticulação de grupos envolvidos em crimes patrimoniais: receptação, furtos e roubos. No varejo conseguimos montar uma equipe que dá aquela atenção mais rápida. Muitas vezes são casos apontados pelo WhatsApp – canal de comunicação que criamos para denúncias. Com isso recuperamos objetos subtraídos e, quando é o caso, fazemos a prisão ‘individualizada’, mais pontual”, expõe.

Em 2020, a 13ª Subdivisão Policial comandou em Ponta Grossa 14 operações contra o tráfico de drogas e outras sete contra roubos.

“Este resultado não é só por conta da Polícia Civil, mas também vem do trabalho contínuo e constante de prevenção e prisões da Polícia Militar, das Polícias Rodoviárias, e da nossa Guarda Municipal. Tudo com troca de informações e várias operações conjuntas. Assim como o Poder Judiciário e o Ministério Público”, aponta o delegado chefe.

Números estaduais também mostram redução

O Paraná registrou redução de 24.377 ocorrências de furtos e roubos de janeiro a setembro de 2020 em relação ao mesmo período de 2019. Foram 130.034 crimes neste ano, contra 154.411 ocorrências no ano anterior. Houve uma diminuição média de 89 furtos e roubos por dia no estado.

A diminuição, de acordo com o relatório, aconteceu em todas as 23 Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP). De janeiro a setembro de 2020, os registros do crime de roubo, no geral, reduziram 30,7% em todo o Paraná: foram 37.405 no período de 2019 e 25.918 registros nos mesmos meses deste ano.

Os dados ainda apresentam uma redução de 12.890 em furtos. No geral foram 104.116 ocorrências, contra os 117.006 registros nos mesmos meses do ano passado – queda de 11% no período.

“Conduzimos o nosso planejamento operacional voltado para manter o policial e as equipes de segurança no bairro, próximo do cidadão”, explica o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Péricles de Matos. Ele cita a pandemia como fator influenciador. “A pandemia do coronavírus fez com que o cidadão ficasse em isolamento social. Com isso, a redução na movimentação e o fluxo nas ruas impactou diretamente na eficácia do policiamento”, completa.

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