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Verticalização e ‘boom’ de condomínios impulsionam construção civil de Ponta Grossa

Em 5 anos a cidade somou pelo menos 77 projetos de condomínio e loteamentos protocolados junto à Prefeitura, além de mais de 17 referentes a prédios com 3 ou mais pavimentos

Foto: Arquivo DC

Para quem já vive em Ponta Grossa há alguns anos basta passear pela cidade para perceber o aumento de prédios construídos em todos os bairros da cidade. Porém, além da verticalização, outro fenômeno vem impulsionando o mercado da construção civil no principal município dos Campos Gerais: o crescimento da oferta de condomínios e loteamentos. Desde 2016 pelo menos 77 projetos de empreendimentos destas categorias foram protocolados na cidade em busca de aprovação.

Os dados são do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Ponta Grossa (Iplan). O órgão municipal recebe os protocolos de empreendimentos de grande porte, que devem apresentar um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e tê-lo aprovado antes de receber a autorização para o início das obras (através do alvará de construção).

Considerando os condomínios e loteamentos, foram 16 EIVs registrados em 2016, 14 em 2017, 15 em 2018, 23 em 2019 e 9 neste ano, até então. A soma de 77 novos empreendimentos deste tipo nos últimos cinco anos corresponde a quase o triplo do total EIVs referentes a novos prédios. “Os condomínios são ajudados pelas linhas de financiamento do Governo Federal e Ponta Grossa é uma cidade muito grande em expansão territorial”, avalia o engenheiro Celso Sant’Anna, secretário municipal de Planejamento e Infraestrutura e vice-presidente da Associação dos Arquitetos e Engenheiros de Ponta Grossa (AEPG), ao ser questionado sobre os motivos para esse “boom”.

Recuperação mês a mês

Apesar de a economia estar sendo marcada pelos reflexos negativos do coronavírus neste ano, a construção civil não parou – pelo menos em Ponta Grossa. Dados repassados pela assessoria de imprensa do Departamento de Urbanismo da Prefeitura Municipal mostram que outubro foi o mês com a maior quantidade de alvarás de construção liberados na cidade. Foram 245 em outubro, bem mais que o dobro do registrado em janeiro (88), quando o coronavírus era discutido apenas em outros continentes.

“Isso decorre do desenvolvimento econômico do município. Ponta Grossa tem o maior crescimento do estado, o que atrai investidores. Muitas famílias vêm se instalando na cidade também devido à vinda de novas indústrias e preferem comprar do que locar imóveis”, indica Celso Sant’Anna.

Empregos

O desenvolvimento da construção civil impacta diretamente na geração de empregos da cidade – tanto é, que de acordo com dados do Ministério da Economia, Ponta Grossa é a quinta cidade do país que mais gerou novos empregos neste ano, até setembro. No total foram feitas 3.140 contratações a mais do que demissões na cidade, sendo que isolando apenas o setor da construção civil esse resultado é de 3.579 novas vagas. Saiba mais sobre esses dados neste link.

“Mesmo na pandemia Ponta Grossa não parou, tendo novos alvarás, e a construção civil é a atividade econômica que mais gera empregos. Inclusive, a maioria da mão de obra contratada para este tipo de serviço é local, bem como a compra de materiais de construção e arrecadação de impostos”, lembra o representante da Prefeitura e da AEAPG.

Mudanças na legislação viabilizaram desenvolvimento

Ponta Grossa completou 197 anos em 2020, mas foi apenas em 2013 que a prefeitura passou a permitir a instalação de edifícios com mais de 33 andares, ao alterar a lei de zoneamento. Com o crescimento das obras nos últimos anos outros mecanismos foram criados para buscar criar o mínimo de transtornos na cidade que não foi planejada para receber tantos investimentos.

Um desses exemplos é a criação dos EIVs em 2016. Eles apontam as consequências dos empreendimentos e listam medidas que podem amenizar tais impactos, como construção ou reformas de escolas e unidades básicas de saúde, melhorias em pavimentação, instalação de pontos de ônibus, arborização, entre outros – ações que devem ser custeadas pelos empreendimentos.

Investimentos

Para conseguir atender a nova demanda habitacional os serviços básicos receberam novos investimentos. A Sanepar está aplicando, desde 2018, cerca de R$ 16 milhões para aumentar o sistema de abastecimento de água e a Copel precisou ampliar em cerca de 30% a sua malha elétrica, já que entre 2010 e 2018 o consumo de energia elétrica em Ponta Grossa cresceu 26%.

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