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“Já fui torturado na penitenciária de PG”, diz ex-detento

Leandro Lucente Batista, 35 anos, morador de Uvaranas, concedeu uma entrevista hoje (4) ao Diário dos Campos para apresentar sua versão de como é viver na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG). Ele fez relatos de agressões físicas por parte dos agentes penitenciários.

O ex-detento foi preso em 2009 pela Polícia Militar por tráfico de drogas. Leandro ficou na Cadeia Hildebrando de Souza, na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG) e, em seguida, no regime semiaberto, totalizando quatro anos de prisão.

Ele já cumpriu sua pena e, por isso, falou abertamente à reportagem sobre sua experiência no sistema penitenciário. “Eu já apanhei sim, já fui torturado”, diz. O ex-detento conta que apanhou na chegada à PEPG, ficou de duas a três horas em pé, algemado, além de ser destratado.

Segundo a versão de Leandro, a cada reclamação, ele recebia castigo e, dependendo da falta, ele não tinha acesso às portarias, ou seja, não tinha o direito de sair e visitar os parentes em datas festivas.

 

Fábio Matavelli
Leandro Batista ficou preso entre 2009 e 2012

 

Os motivos alegados variavam. Certa vez, Leandro ficou de castigo após ser acusado de uma tentativa de fuga. Da outra, acompanhou todos os presos, que receberam 30 dias de castigo, após uma pane elétrica atingir a lavanderia. Os presos teriam sido acusados, na época, de tentativa de rebelião. “No castigo, você não tem acesso a remédio, só se for muito grave, não tem advogado, assistente social”, diz.

O ex-detento também relata que numa ocasião houve um surto de tuberculose e alguns presos morreram. “Um preso que tinha asma e precisava de bombinha não conseguiu e chegou a morrer, quando levaram para o hospital era tarde demais”, comenta.

Após deixar o regime semiaberto, Leandro começou a trabalhar com comunicação visual e hoje é microempreendedor individual. Disse que não denunciou as agressões sofridas na época porque não teve oportunidade. Sobre o preconceito social, ele cita: “as pessoas têm que parar de ter preconceito porque elas não estão livres de ter um pai ou um filho lá dentro”, afirma.

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