Há um ano e meio, Maurício Dias de Moraes, 37 anos, viu a sua vida se transformar da noite para o dia. Ele perdeu o emprego e não conseguiu mais recolocação no mercado de trabalho, mesmo já tendo procurado a Agência do Trabalhador de Ponta Grossa e distribuído 23 currículos profissionais em diferentes empresas. O desespero por um trabalho é tanto que ele, padrasto de um menino com doença rara e que ele chama de filho, pensa agora em suicídio.
Maurício tem pouca escolaridade, apenas até a 8ª série do Ensino Fundamental II, mas no currículo traz experiência nas áreas da construção civil e serviços gerais. Em busca de uma oportunidade, ele está disposto a atuar em qualquer setor da economia.
O sustento dos quatro membros da família (Maurício, enteado, esposa e o filho de Maurício) está sendo através do benefício que o enteado, de 13 anos, recebe. João Vitor tem uma doença rara denominada de Mucopolissacaridose tipo II ou Síndrome de Hunter. Trata-se de um grave distúrbio genético que afeta principalmente os homens. O garoto está internado no Pequeno Príncipe, desde a semana passada, fazendo exames e aguardando uma cirurgia para colocar uma sonda na barriga, já que não consegue mais se alimentar.
Ele não fala, escuta e enxerga pouco. Ele andava, mas não está mais conseguindo, talvez por causa de uma queda que teve, conta. Um dos remédios que o garoto toma custa R$ 6 mil e é liberado pelo Estado, porém a família compra fraldas, alimentos e os demais medicamentos.
Com aluguel, água e energia elétrica são gastos praticamente a metade do benefício, que é de um salário mínimo. A mãe faz textura em paredes, mas está se dedicando ao filho. O menino de Maurício, também com 13 anos, estuda.
Desespero
Maurício já recorreu às redes sociais em busca de trabalho, mas sem êxito fala em suicídio. É complicado para um pai ver as crianças neste sofrimento. Ter que viver só de ajuda. Sempre trabalhei e sustentei eles, conta.
Ele revela que vem sendo ofendido por pessoas que desconhecem a real situação. Chamam de gigolô, que vive nas costas da criança ou mulher. O único jeito é acabar com a vida, diz. O problema é me chamarem do que não sou, eu não teria que escutar mais nada, desabafa ao referir-se a morte.
Ajuda
A família recebe ajuda de algumas pessoas, inclusive da Prefeitura para levar o garoto para Curitiba. Recentemente, recebeu alguns pacotes de fralda e uma cesta básica do Município.
O que quero é emprego, pede
O que quero é emprego. É bem mais melhor. Se precisar de remédio, vai ter dinheiro, diz Maurício. Queria que [João Vitor] tivesse comigo. Ele sempre vem com um abraço pra você. Eu queria estar empregado, com um emprego bom quando ele chegasse, fala.
Quem estiver disposto a ajudar a família ou puder empregar Maurício pode entrar em contato pelo 99971-6948 ou 99841-7422 (Dulcicléia, mãe de João Vitor).