De acordo com a presidente do Conseg-PG, Jane Villaca, a ideia original era criar uma pequena galeria para resolver um problema antigo, que era o fato de homens e mulheres compartilharem um mesmo bloco. O Conseg iniciou com essa ideia, e fomos conseguindo doações. Aí veio a ajuda do Conselho da Comunidade e o contato com a Sesp, que ajudou com materiais de construção e com o engenheiro. E aí fizemos, praticamente, um pequeno presídio feminino dentro do Hildebrando, com sala de aula e toda a estrutura necessária, conta Jane.
Segundo ela, o trabalho seguiu com quase nenhuma divulgação, mas com muito esforço. A maior parte da ajuda veio no final do ano passado, quando começamos a receber o material enviado pela Secretaria. Agora que o espaço foi concluído, as cerca de 60 mulheres que estão no Hildebrando devem ser transferidas para a nova ala, conta Jane. As transferências devem começar nesta quinta-feira (6).
A proposta do novo espaço é oferecer dignidades à detentas, incluindo itens essenciais, mas que até hoje não estavam disponíveis como tampa de vaso sanitário. A ala conta com solário, chuveiros com água quente individuais, camas individuais, tomadas para uso de equipamentos elétricos como secador de cabelos e chapinha, além de sala de aula, cozinha e televisão. Há local para visitas íntimas e estrutura mais adequada à visita de crianças, além de duas celas isoladas e sistema de monitoramento .
Humanização
No final da tarde desta quarta-feira (5), alguns dos principais envolvidos na criação da nova ala conferiram de perto o resultado final da obra, antes que o espaço fosse utilizado, incluindo representantes do Conseg, integrantes da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), do Departamento Penitenciário do Estado (Depen) e do Ministério Público do Paraná (MP-PR). O diretor-geral do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, exultou os resultados. “O local leva em conta a diferenciação da mulher e de suas necessidades. Quem esperava mais uma cadeia encontra aqui um espaço humanizado”, disse.
Superlotação
Além de oferecer mais segurança e dignidade às apenadas, a nova ala do Hildebrando deve minimizar a superlotação, problema crônico da unidade prisional, ao liberar o espaço anterior para mais detentos do sexo masculino. A Cadeia toda tem perto de 800 detentos e apenas 207 vagas.