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Semáforo sonoro: entenda o que é e quando é preciso instalá-lo

Semáforo sonoro
Semáforos para pedestres são equipados com mecanismo que emite sinal sonoro suave. Foto: Levy Ferreira/SMCS

Atravessar uma via nem sempre é uma tarefa fácil, para as pessoas com dificuldade de locomoção essa missão pode ser mais difícil ainda. Especificamente para as pessoas com deficiência visual seria uma missão quase impossível sem contar com auxílio de alguém ou da tecnologia. Por esse motivo, a Lei 10098/00 insituiu que, em vias onde há intensidade do fluxo de veículos e periculosidade, os semáforos para pedestres instalados deverão estar equipados com mecanismo que emita sinal sonoro suave, intermitente e sem estridência, ou com mecanismo alternativo, que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoas com deficiência visual, se a  da via assim determinarem.  

Em Curitiba, capital do Paraná, por exemplo, a Prefeitura instalou, em 29 cruzamentos da cidade, semáforos sonoros para proporcionar mais segurança às pessoas com deficiência visual. Eles estão concentrados principalmente na região central da cidade, onde há maior circulação de pessoas.

Os equipamentos contam com botoeiras que, ao serem acionadas, emitem sinais sonoros desde a abertura até o fim da  travessia para pedestres.

Como utilizar o semáforo sonoro para pedestres?

Para acionar o sinal sonoro do semáforo, o usuário deve pressionar o botão por cerca de três segundos, até sentir uma vibração. As instruções para a utilização do aparelho por pessoas com deficiência visual estão em braile, na parte de cima do equipamento.

É possível prolongar o tempo de travessia se o pedestre tiver cartão-transporte de isento da Urbs, fornecido aos idosos e às pessoas com deficiência. Basta encostar o cartão de isento no equipamento e automaticamente o semáforo ficará aberto por mais tempo.

Para a travessia comum (sem tempo maior e sem sinal sonoro) basta pressionar o botão uma única vez, aguardar e atravessar quando o sinal estiver fechado.

“O trânsito é de todos e para todos, por isso, buscamos desenvolver soluções para atender às necessidades de todos os curitibanos”, informou a superintendente de Trânsito de Curitiba, Rosangela Battistella.

Regulamentação

Os critérios e padrões para a utilização dos semáforos sonoros estavam na Res.704/17 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que foi revogada pela Res.973/22 que institui o Regulamento de Sinalização Viária. Em fevereiro deste ano, o Ministério dos Transportes colocou em consulta pública uma nova resolução que pretende incluir estas normas para sinalização semafórica com sinal sonoro para travessia de pedestres com deficiência visual no Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (MBST) Volume V.

De acordo com o Ministério, a minuta de alteração submetida à consulta pública visa atender aos anseios da sociedade organizada. Ou seja, o objetivo é melhorar a segurança de deficientes visuais na travessia de vias semaforizadas.

Como funciona o equipamento?

Pedro Darci da Silva Junior, diretor de Operações da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba explica quais os benefícios do semáforo com sinal sonoro. “É um equipamento para beneficiar o deficiente visual e as pessoas com problemas de locomoção. Isso porque ele promove uma travessia um pouco mais prolongada do que o usual”, conta.

Para utilizar o sinal sonoro, por exemplo, não é preciso ter nenhum cadastro específico. “Apesar de possuir a funcionalidade do uso do cartão, não é necessário possuí-lo. Isso porque o semáforo sonoro funcionará se o pedestre acionar a botoeira, mesmo sem o cartão”, explica o diretor.

O semáforo com sinal sonoro não é instalado em todos os cruzamentos, devido a viabilidade técnica.

“Existem diversos critérios para instalação desse tipo de equipamento, normalmente recebemos a solicitação via 156,  analisamos o local com relação a demanda de travessia de pedestres no local, se há alguma característica específica como clínica, hospital ou outro polo gerador de tráfego e então definimos a colocação do semáforo sonoro”, argumenta.

Conforme Pedro Junior, outras tecnologias em relação a mobilidade estão em implantação em Curitiba. “Uma delas refere-se a câmeras nos semáforos que acompanham em tempo real o fluxo de cada via. Com isso, conseguimos escalonar o funcionamento dos semáforos de acordo com o fluxo daquele momento, quase um tempo real”, aponta.

Veja a entrevista completa de Pedro Darci da Silva Junior, diretor de Operações da Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba, sobre semáforo sonoro.

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