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Mulheres conquistam espaço cada vez maior na operação das rodovias

Mulheres nas rodovias
As mulheres emergem com força, desafiando estereótipos e contribuindo para a excelência dos serviços prestados nas rodovias. Foto: Divulgação.

Ao longo dos últimos anos, as rodovias têm testemunhado uma revolução silenciosa. O perfil dos profissionais que atuam nos serviços de apoio aos usuários está mudando. Em um setor que, por muito tempo, foi predominantemente masculino, as mulheres emergem com força, desafiando estereótipos e contribuindo para a excelência dos serviços prestados.

Historicamente, as operações em rodovias eram vistas como território exclusivo dos homens. No entanto, à medida que a sociedade avança em direção à igualdade de gênero, as mulheres têm conquistado seu espaço em áreas que antes eram consideradas inacessíveis. Na Eixo SP Concessionária de Rodovias, esse movimento de mudança tem sido notável, com as mulheres sendo essenciais em diversas funções.

Uma das áreas em que a presença feminina vem ganhando destaque é a de motorista de guinchos, responsável pelo pronto atendimento aos usuários em momentos de dificuldades durante a viagem, como a quebra do veículo, um acidente ou uma pane, entre outros imprevistos. Neuza Maria de Souza Mariano, 54 anos, que atua com guincho leve na SP 310 – Rodovia Washington Luís, no trecho de Santa Gertrudes, conta que muitas vezes os usuários se surpreendem quando veem uma mulher à frente da operação do guincho. “Já me chamaram de ‘senhor’ e quando percebem que é uma mulher, eles ficam espantados e pedem desculpas. É engraçado!”, comenta.

Gratificante

Roberta Helena Nucci, 23 anos, também é motorista de guincho leve. Ela relata que no início foi um desafio, pois muitos olhavam desconfiados.

“Eu dirijo caminhão desde os meus 18 anos. Era algo que eu já estava acostumada. Então, quando surgiu a oportunidade, aceitei o desafio.” Segundo ela, normalmente, os usuários são mais respeitosos e amigáveis quando percebem que o socorro será feito por uma mulher. “As pessoas conversam mais, querem saber como é o serviço, pedem pra tirar foto. É gratificante”, afirma.

Quem também compartilha essa satisfação é a motorista operacional de guincho Maria Ely Casaque de Souza, 56 anos, que trabalha há quatro meses na base do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU) de Charqueada. “No começo fiquei preocupada porque sabia que teria de dirigir em rodovias e isso exige muita resposabilidade”, diz. Passada a apreensão inicial, Maria conta que encara os serviços do dia a dia com muita determinação e otimismo.

Preconceito ainda presente

Para a inspetora de tráfego Rosenilda da Silva Rodrigues, 46 anos, em algumas situações o machismo, infelizmente, ainda se faz presente.

“Tem usuários que questionam nossa capacidade por sermos mulheres. Dizem que não temos força, que não conseguimos trocar um pneu. Isso não é verdade e nem levo mais em consideração”, relata. Segundo ela, o dinamismo do trabalho é um dos pontos marcantes da profissão. “A cada dia é sempre uma novidade diferente. Temos dias calmos e tranquilos. Outros são bem agitados e corridos. Tem usuários que são educados, tem também aqueles que são mal educados, e assim vai. O importante é não perder o jogo de cintura e ter muita cautela e responsabilidade”, frisa.

Ariana Janaína Alves de Moraes, 32 anos, também inspetora de tráfego, diz que a desconfiança da capacidade delas para o trabalho serve como um grande incentivo. Conforme ela, um dos momentos mais gratificantes do dia é quando recebe o reconhecimento e o agradecimento dos usuários. “É muito bom quando ajudo a solucionar o problema do veículo e o usuário fala ‘nossa achei que você não entendia nada’. É muito gratificante poder ajudar e receber um muito obrigado sincero”, revela.

De acordo com Alessandra Janaína Perez, 35 anos, que atua no mesmo setor, muitas vezes, as próprias mulheres ficam surpresas quando veem que quem presta o atendimento na rodovia é outra mulher. “No entanto, sinto que isso está mudando. Era mais comum no começo. Agora, menos. Até porque aumentou o número de mulheres trabalhando no trecho. E os usuários vão se acostumando com essa mudança”, diz.

Seja no setor operacional ou administrativo como também em cargos de liderança, as profissionais femininas têm demonstrado competência. Elas estão presentes em todas as áreas e ocupam, cada vez mais, cargos de destaque. “A presença das mulheres não apenas diversifica as equipes, mas também contribui para a resolução de problemas de maneiras diversas. Elas trazem perspectivas únicas, habilidades complementares assim como um compromisso com a excelência. A diversidade de pensamento e a experiência que as mulheres oferecem contribuem muito para o dia a dia da Concessionária”, afirma Raquel Fernandes Monteiro, coordenadora de Operação de Tráfego da Eixo SP, que atua na gestão do Centro de Controle de Operações (CCO) responsável pelo monitoramento das ações diárias do maior trecho sob concessão no Brasil, com 1.221 quilômetros de rodovias.

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