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Mesmo em curtas distâncias, o transporte de crianças em cadeirinhas é fundamental

Criança na cadeirinha
Segundo o Ministério da Saúde, os sinistros de trânsito são a principal causa de morte em crianças de até 14 anos no Brasil, por isso a importância do uso da cadeirinha. Foto: AdobeStock

O uso de dispositivos de segurança para crianças e bebês, as cadeirinhas, ganharam espaço na imprensa no final de semana passado por causa de dois episódios. A blogueira Bianca Andrade, a Boca Rosa, sofreu um acidente de carro com o filho pequeno. E, durante sua recuperação, ressaltou nas redes sociais a relevância de transportar crianças nas cadeirinhas. No segundo caso, a influenciadora digital Bruna Biancardi postou um vídeo no qual transportava a filha recém-nascida dela e do jogador Neymar no colo. Ao ser contestada pelos seguidores sobre a falta do uso do bebê conforto para a pequena e do cinto de segurança para ela, explicou que o trajeto era curto e que a filha dormia. Por esses motivos, optou por transportá-la no colo.

O diretor científico da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, ressalta que não existe distância segura a se percorrer sem o uso dos dispositivos de segurança para todos os ocupantes do veículo.

“Ao entrar no carro as prioridades são acomodar as crianças nos dispositivos de segurança adequados ao seu tamanho e idade. Os demais passageiros devem, obrigatoriamente, usar o cinto de segurança, inclusive no banco de trás. Não existe distância segura a ser percorrida sem esses cuidados. Assim como não existe limite aceitável para beber álcool e dirigir”, reforça.

Segundo o especialista, estudos de entidades que atuam na segurança viária, como a National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), mostram que 52% dos acidentes ocorrem a uma distância de 8 quilômetros de casa. Além disso, que 69% dos sinistros, acontecem num raio de 16 quilômetros. “Isso acontece porque, no início ou final do trajeto até em casa, os motoristas estão mais desatentos ou com pressa”, explica Coimbra.

Conforme o Ministério da Saúde, os sinistros de trânsito são a principal causa de morte em crianças de até 14 anos no Brasil. “Em 2008, o uso desses dispositivos se tornou obrigatório e, desde então, milhares de vidas foram salvas”, explica o médico.

Vidas salvas

Estudos da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) atestaram que a exigência do uso das cadeirinhas reduziu em 33% o número de crianças vítimas de acidentes de trânsito no Brasil entre 1998 e 2018.

Atualização

De acordo com o especialista, em 2022 a chamada Lei da Cadeirinha recebeu uma atualização. Ou seja, o uso de dispositivos passou a ser obrigatório para crianças de até 10 anos com altura inferior a 1,45m. O descumprimento se considera infração gravíssima, somando sete pontos à CNH.

“A ciência mostra o quanto esses cuidados são indispensáveis, mas diariamente o desrespeito à lei coloca crianças em risco. Isso mostra que ainda temos que avançar em campanhas de conscientização e na fiscalização. Se não é possível aprender com informação, que as multas exerçam o caráter educativo”, completa Coimbra.

Forma adequada de transportar crianças:

  • Bebê conforto: crianças de até um ano de idade e até 9kg, posicionado em sentido contrário ao painel do veículo.
  • Cadeirinha: crianças de 1 a 4 anos de idade, que tenham entre 9 e 18 kg, posicionados de frente para o painel do veículo.
  • Assento de elevação: crianças de 4 a 10 anos de idade que não tenham atingido 1,45 m de altura, com peso entre 15 e 36 kg. Ou seja, sempre conectado ao cinto de três pontos.
  • Banco traseiro e dianteiro: somente com o cinto de segurança; crianças com mais de 10 anos de idade e/ou estatura superior a 1,45m.
  • Motos: é possível transportar apenas crianças maiores de 10 anos em motocicletas, mas sempre com capacete, luvas e outros equipamentos de proteção.

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