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Estudo: encher o tanque de gasolina consumiu 6,5% da renda mensal

Encher o tanque
O comportamento do Indicador de Custo-Benefício Flex destaca um momento mais favorável para encher o tanque com o uso do etanol. Foto: Rudy and Peter Skitterians por Pixabay

Encher o tanque de gasolina consumiu, em média, 6,5% da renda das famílias brasileiras no segundo trimestre de 2023. Os dados são do Indicador de Poder de Compra de Combustíveis, calculado pela Fipe com base em dados da PNAD Contínua (IBGE), que  representa a proporção da renda domiciliar mensal que seria necessária para custear o abastecimento de um tanque de 55 litros com gasolina comum no trimestre de referência.

No período analisado, o peso dos combustíveis no bolso dos brasileiros era maior no Nordeste (10,6%), região representada por Maranhão (12,1%), Alagoas (11,7%) e Bahia (11,3%). De acordo com o levantamento, os três estados lideram o ranking tendo como base o percentual da renda domiciliar necessário para arcar com o custo de encher um tanque de gasolina.

Por outro lado, as regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram o menor percentual, localidades em que o tanque de gasolina correspondeu a 5,3% da renda domiciliar no segundo trimestre de 2023, destacando-se, nesse caso, o percentual calculado para aqueles que vivem e abastecem no Distrito Federal (3,5%).

Os estados das regiões Sul e Sudeste completaram a lista onde o custo de um tanque de gasolina representa a menor média da renda dos brasileiros, com percentuais apurados de 4,8%, em São Paulo, 5,3%, em Santa Catarina, e 5,4%, no Rio Grande do Sul.

Entre as Capitais

No comparativo entre as capitais, os percentuais encontrados para encher o tanque são inferiores, devido ao maior nível de renda.

A cidade de Porto Velho (RO), por exemplo, registrou o maior percentual no ranking, com 9,0%. Seguida por Rio Branco (AC), com média de 7,6%, e Manaus (AM) com 8,3%.

Já as capitais onde o custo de um tanque de gasolina comum pesou comparativamente menos no bolso dos brasileiros está Florianópolis, com 3,3%. Seguidas por Brasília e São Paulo, ambas com 3,5%.

Na média das capitais brasileiras, o custo de se abastecer um tanque de gasolina equivale a 4,2% da renda domiciliar mensal. 

Entre os grandes centros urbanos

Na avaliação dos percentuais médios nos grandes centros urbanos, como é o caos das capitais, é importante notar que o consumo – e a frequência de reabastecimentos necessária em um mês, também tende a ser maior nessas localidades. Isso porque que há uma diversidade de fatores, incluindo maior dependência e intensidade no uso dos veículos para deslocamento. Além disso, maiores distâncias percorridas, como por exemplo entre local de moradia e trabalho, maior incidência de congestionamento, tipo e modelo do veículo, condições do terreno, entre outros.

Preços dos combustíveis

Os resultados de agosto evidenciaram aumentos nos preços médios do diesel e da gasolina, na esteira dos reajustes anunciados pela Petrobras no dia 15 de agosto e vigentes desde o dia seguinte. Por outro lado, os brasileiros que abasteceram com GNV e etanol foram favorecidos com combustíveis, em média, mais baratos nos postos.

De acordo com o levantamento, em relação a julho, quatro dos seis combustíveis monitorados apresentaram alta nos respectivos preços médios. Gasolina comum (+2,0%) e gasolina aditivada (+1,3%), diesel comum (+11,0%) e diesel S-10 (+12,2%). Por outro lado, houve recuos nos preços médios do etanol hidratado (-4,2%) e GNV (-1,6%).

No acumulado de 2023 – entre dezembro de 2022 e agosto de 2023, os resultados do levantamento indicaram que as altas se concentraram na gasolina comum e aditivada. Contrapondo-se ao recuo nos preços dos demais combustíveis, principalmente do diesel.

Os preços mais elevados por litro da gasolina comum foram encontrados no Norte (R$ 6,176) e Nordeste (R$ 6,013). Enquanto, os menores valores, foram encontrados no Sudeste (R$ 5,630) e Centro-Oeste (R$ 5,703). Em termos de variação mensal, as maiores altas foram observadas em postos localizados nas regiões Nordeste (+3,2%) e Norte (+2,8%) do Brasil.

Já sobre o etanol, postos do Norte e Nordeste comercializaram o combustível pelos maiores valores por litro (R$ 4,720 e R$ 4,553, respectivamente). Já, estabelecimentos do Centro-Oeste e Sudeste ofereceram os menores preços (R$ 3,553 e R$ 3,585, respectivamente). Em termos de variação, as quedas mais expressivas ocorreram nos postos sediados nas regiões Centro-Oeste (-5,3%) e Sudeste (-4,5%).

Gasolina x Etanol

Por fim, analisando o encarecimento da gasolina e o barateamento do etanol em agosto, o comportamento do Indicador de Custo-Benefício Flex destaca um momento mais favorável para a alternativa renovável. Tanto na média das unidades federativas quanto das capitais.

Em uma perspectiva histórica, trata-se do momento mais favorável para abastecimento com etanol desde 2018. Sobretudo nos estados e nas capitais do Sudeste e Centro-Oeste. Nestas regiões o combustível apresentou uma clara vantagem em relação à gasolina comum em termos de custo-rendimento.

Por fim, e com base, especificamente em dados de agosto, o preço médio do etanol correspondeu a 70,1% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum. Isso equivale a um decréscimo em relação ao indicador apurado no mês anterior (73,7%) e ao menor patamar desde novembro de 2018. Nas capitais, o indicador calculado também recuou entre julho (73,3%) e agosto (69,3%), atingindo o patamar mais baixo desde outubro de 2018.

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