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Visionário, Manoel Ribas transformou o Paraná

Foto: José Aldinan

O ponta-grossense Manoel Ribas, nascido em 8 de fevereiro de 1873, filho de Augusto e de Pureza Ribas, é considerado um dos mais importantes líderes políticos da história do Paraná. Governou o Estado por 13 anos, de 1932 a 1945. Nomeado por Getúlio Vargas tinha por missão de recuperar as combalidas finanças estaduais cuja dívida chegava a dez vezes o montante anual da capacidade arrecadatória.

Manoel Ribas

O ex-governador Jaime Lerner, ao se referir a Ribas, diz que ele foi um administrador visionário, responsável pelo salto de desenvolvimento obtido pelo Paraná nas décadas de trinta e quarenta, marcando sua gestão com obras e crescimento econômico, além do saneamento das finanças públicas.

Construiu e restaurou estradas, colonizou terras, incrementou a agricultura e a pecuária, ampliou e modernizou o Porto de Paranaguá. Corajoso e austero, empreendeu luta contra a grilagem de terras que assumia proporções gigantescas, trazendo de volta ao patrimônio público cerca de um quarto da superfície territorial do Estado que se encontrava em mãos indevidas. Abriu a região do Norte do Paraná, antes isolada, incentivou a sua colonização; criou o município de Londrina por decreto-lei e deu importante incentivo ao plantio do café cuja produção passou a ser escoada pela Rodovia do Cerne que também construiu e que, ao longo de 700 quilômetros, unia Paranaguá ao Porto Alvorada.

O jornalista Samuel Guimarães da Costa, diz que “o Paraná, que tinha levado 350 anos para ocupar um terço do seu território, acabou ocupando os outros dois terços em 50 anos” graças à ação empreendedora desse rijo filho dos Campos Gerais. Antes de Manoel Ribas o Paraná não tinha importância política nenhuma, era um Estado obscuro; Curitiba possuía 100 mil habitantes; o norte paranaense, mais ligado a S. Paulo, praticamente inexistia; o porto de Paranaguá era algo primitivo; a pecuária e a agricultura, rudimentares.

Maneco, como também era conhecido, fora prefeito de Santa Maria, no RGS, e de lá viera para administrar o Paraná. Simples, direto, por vezes rude, alheio a tricas partidárias, dedicado integralmente ao resgate da situação econômico-administrativa do Estado, não tinha tempo para afagar cabeças de deputados e líderes presunçosos. Bochechas redondas, olhar enérgico, assinava papéis e conversava com aqueles que o procuravam, mas não encompridava papos e nem gostava que o chamassem de doutor ou de excelência: era, simplesmente, seu Ribas. Nada mais.

No Bicentenário da instalação da Freguesia de Ponta Grossa, comemoram-se, também, os 150 anos do nascimento desse importante administrador e homem público, cujos restos mortais encontram-se depositados em modesta sepultura, no cemitério local de São José.

*Esse texto integra a participação do DC na Gincana Princesa em Festa, cumprindo a tarefa de contar e ilustrar a história de cinco ponta-grossense

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