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Venda de motos 0 km acelera em Ponta Grossa

Primeiro trimestre deste ano teve o triplo de emplacamentos frente o mesmo período do ano passado

Motos usadas também estão registrando alta na procura (Foto: José Aldinan)

Acelerada desde o início da pandemia, a venda de motos motos vem aumentando cada vez mais em Ponta Grossa e em todo o país. Conforme relatam os vendedores, os motivos são ligados à crise econômica gerada pela covid-19 e, mais recentemente, à alta dos combustíveis – o que fez com que população buscasse reduzir custos, neste caso no transporte.

No primeiro trimestre deste ano foram emplacadas 289 motocicletas em Ponta Grossa, o dobro do total registrado no mesmo período do ano passado. Em relação a 2020, quando a pandemia iniciou apenas no final do trimestre, a alta é de 54,5%.

Para se ter ideia, a evolução das vendas de carros 0 km no mesmo período é bem diferente: enquanto que do início de 2020 para o início de 2022 o total baixou 36%, do ano passado para esse a alta foi de apenas 24,3%.

Os números da venda de motos em Ponta Grossa são de um levantamento feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base em dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Motos 0km mais vendidas no Paraná em 2022

1. Honda CG 160 (4.286 unidades)
2. Honda Biz (2.317 unidades)
3. Honda NXR160 (961 unidades)
4. Honda CB 250F Twister (815 unidades)
5. Yamaha YBR 125 (441 unidades)
6. Yamaha Fazer 250 (390 unidades)
7. Honda PCX 150 (364 unidades)
8. Shineray XY 125 (353 unidades)
9. Yamaha NMAX (303 unidades)
10. Yamaha YS150 Fazer (292 unidades)

Na prática

Março, que teve um aumento significativo no preço dos combustíveis, teve um resultado mensal de vendas de motos novas recorde em Ponta Grossa pelo menos desde 2020.

“Sentimos um aumento muito grande na procura por motos neste primeiro trimestre. Desde o início da pandemia já tinha aumentado, mas agora com a alta dos combustíveis o fluxo foi ainda maior. na pandemia chegamos a ter fila de espera de três meses; agora a média está em 30 dias, menos para o modelo Honda CG, que recebemos 30 por semana – mas também já saem na mesma semana”, conta a gerente de marketing da concessionária Corujonda, Mirella Marques.

“A maioria procura por cilindradas menores, abaixo de 250. A CG é o destaque, por conta de economia. Estamos mantendo os mesmos valores do ano passado e o maior tipo de negociação é feito através do nosso consórcio próprio, que contempla lances baixos”, complemente.

Motos usadas

Enquanto que nas 0 km a concessionária Honda percebe que os clientes vêm trocando os carros por motos, no caso das revendas de seminovas a venda de motos em Ponta Grossa vem com uma opção para o dia a dia. 

“Vemos o pessoal comprando as motos para usar no dia a dia, deixando o carro na garagem por economia e para usar apenas quando necessário. Afinal, com o aumento do combustível o deslocamento com automóvel ficou mais complicado”, destaca Luiz carlos da Silva, sócio-proprietário da revenda Real Motos.

“O maior problema enfrentado pela gente é a baixa oferta do produto. A procura aumentou muito, e não só não vendemos mais pela falta de motos mesmo. Em relação a preços vemos uma alta bem grande, e o preço de mercado tem sido superior ao da Tabela FIPE”, ressalta.

Carteira de habilitação

Apesar da alta nas vendas, a procura por carteira de habilitação (CNH) não acompanhou a tendência. E isso não é uma exclusividade apenas da direção de motos, mas de todas as categorias.

“Caiu bastante na época da pandemia, praticamente passou. Agora está voltando, mas ainda não está normal; não chegamos ao patamar pré-pandêmico”, relata Luiz Pucc, proprietário da Autoescola Transitec.

“Vemos também uma mudança de comportamento: a CNH não é mais uma prioridade, o pessoal está se adaptando. Os jovens, por exemplo, preferem andar de Uber”, explica.

Nacionalmente a venda de motos superou a de carros

Pela primeira vez as vendas mensais de motos 0 km superaram as vendas de carros novos no país. Em março foram emplacadas 110.083 motocicletas, versus 108.244 automóveis. A título comparativo, no mês anterior foram 75.004 motos e 100.006 carros.

O fato é único pelo menos desde 1986, quando iniciou o levantamento da Fenabrave, e esta também é a primeira vez que o segmento bate a marca de 100 mil unidades vendidas em um só mês.

Além de comentar sobre o aquecimento das vendas gerais, motivadas pela alta dos combustíveis e pela popularização do uso da moto como instrumento de trabalho, o presidente da Federação, José Maurício Andreta Jr, avalia a tendência por estilo. “As motocicletas do segmento city e scooter representam 76% de mercado no acumulado de 2022, enquanto que em 2021 a participação era de pouco mais de 73%”, completa.

Paraná

No Paraná já foram vendas 11.807 motos este ano, 20% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado. Apenas de fevereiro para março a alta foi de 35%, e comparando março de 2021 ao mesmo mês de 2022 a variação é superior a 51%.

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