Janeiro de 2022 teve a menor quantidade de vendas de carros 0 km do últimos anos em Ponta Grossa: foram apenas 151 unidades, versus 251 em janeiro de 2021 e 330 em janeiro de 2020 – quando a pandemia ainda não havia chegado ao Brasil. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que indica que PG apenas seguiu a tendência brasileira.
“O resultado é conjuntural e acontece, principalmente, em função dos baixos estoques das concessionárias, da persistente falta de produtos – ainda provocada pela escassez de insumos e componentes e, também, devido à sazonalidade do período. Além desses fatores, a alta nas taxas de juros restringiu a aprovação de crédito para financiamentos e, também, tivemos queda na renda do consumidor, pelo aumento da inflação, em que pese tenhamos tido melhora dos níveis de emprego no país”, avalia José Maurício Andreta Jr., Presidente da Fenabrave.
“Avaliando a sazonalidade, lembro que em janeiro, a renda familiar fica mais comprometida, em função dos impostos e gastos com matrículas e materiais escolares, por exemplo, o que acaba afetando a decisão de compra do consumidor”, complementa.
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Dados
Enquanto que no Brasil a venda de carros novos caiu 29,5% de janeiro de 2021 para o mesmo mês de 2022, em Ponta Grossa a baixa chega a 39,8%. Já no comparativo com o mês ligeiramente anterior, a nível nacional a redução foi de 40,9%, enquanto que na maior cidade dos Campos Gerais houve uma retração de 44%.
Os dados da Fenabrave também apontam que o total de veículos novos também sofreu queda: em janeiro de 2022 Ponta Grossa vendeu 355 unidades de automóveis, veículos comerciais leves, caminhões, ônibus e motos, 18% a menos do que no mesmo mês do ano passado e 39,2% a menos do que em janeiro de 2020.
Concessionárias
Para Paulo Roberto Pedrollo Júnior, diretor comercial da Cipauto – concessionária da Chevrolet de Ponta Grossa – são dois os principais motivos para esta queda no início de 2022. “No nosso caso, um deles é que viramos o ano com o estoque muito baixo, já que apesar da melhora as montadoras ainda estão sentindo falta de componentes como os semicondutores, por exemplo”, relata.
“Também percebemos uma menor procura do consumidor, o que atribuímos àquela percepção coletiva de que ‘está faltando carro’. O cliente ouve do amigo que há fila de espera para o carro que ele queria e ele decide nem vir até a concessionária”, complementa ele.
Sobre a fila de espera, Paulo destaca que atualmente ela é maior apenas para modelos com características específicas e caminhonetes. “Se o cliente quer tal modelo com tal cor ou tal detalhe pode ser que tenha que esperar até 60 dias. Já no caso das caminhonetes a fila é maior, de até 180 dias, pois o pessoal do agro acabou faturando e comprando mais durante a pandemia”, conta ele.
Já o gerente de vendas da Fancar (concessionária Ford em Ponta Grossa), Paulo Godoy, afirma que o resultado deles de janeiro foi considerado bom por estar dentro do esperado – mas a diferença é que a Ford está trabalhando com um portfólio de carros premium no Brasil.
Sobre as filas de espera, ele relata um tempo maior para modelos como o Mustang (120 a 180 dias) e alguns modelos de pick-ups (45 a 90 dias), mas no geral afirma que há pronta entrega de diversos veículos.