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Vamos falar sobre adoção responsável?

O Julho Dourado surgiu através da lei estadual nº 19.472/2018 para motivar a população a refletir sobre a saúde dos animais de rua e domésticos, além de discutir a importância da prevenção de doenças desses animais e a adoção responsável.

Em Ponta Grossa, o Centro de Referência para Animais em Risco (Crar) realiza um trabalho de atendimento aos animais que ficam nas ruas da cidade e oferecem risco de doença para outros e animais e população. O médico veterinário, Cristóvão Câmara, trabalha no Crar e no Castramóvel e fala sobre como a responsabilidade dos tutores dos animais pode contribuir para que as doenças sejam evitadas.

"A solução para evitarmos doença e também ataques dos animais nas ruas é a guarda e adoção responsável por parte das pessoas. O tutor do animal ele tem que ser responsável pela vacinação, alimentação e abrigo do bichinho. Se essas medidas fossem efetivamente cumpridas nós evitaríamos vários casos de mordidas, por exemplo", explica. De acordo com Câmara, Ponta Grossa está entre as cidades que mais registram mordidas de animais em pessoas no Brasil. "Nós temos em média, 1.700 notificações por ano de pessoas que estavam em locais públicos e os animais acabaram atacando", revela.

O veterinário destaca que o Crar acaba atendendo animais que possuem tutores, mas que os donos soltam os cachorros durante o dia na rua. "O animal tem um lugar que vai dormir e se alimentar, mas fica circulando nas vias da cidade com outros cachorros. O instinto do animal é caçar e por isso eles acabam atacando pessoas mais vulneráveis", comenta. Câmara conclui que se o tutor tivesse responsabilidade, situações de atropelamentos, mordidas e proliferação de doenças poderiam ser evitadas.

Atualmente, o Centro de Referência tem 20 animais disponíveis para adoção responsável. Os únicos animais que ficam no local são os que sofreram maus tratos ou que são agressivos, mas o local não é um abrigo para animais abandonados.

Os cachorros são levados para feiras de adoção e eventos que a prefeitura participa. As pessoas que querem adotar um animal devem apresentar documentos pessoais e comprovante de residência. "No momento, é só esses documentos que pedimos para a adoção, mas acho que o ideal no futuro seria pedir também um comprovante de renda. Pois quando você adota um animal os gastos aumentam, porque você no mínimo deve oferecer as vacinas, alimentação, abrigo e pensar que se o bichinho ficar doente também vai gastar com remédios e consultas", ressalta.

Castração

Os animais que permanecem no local ou que a equipe do Crar atende passam por exames para detectar doenças e também são castrados. De acordo com Câmara, as equipes já castraram mais de 500 animais, que posteriormente foram devolvidos para as ruas. "Se eles não são agressivos e não tem doenças, nós levamos para o local que pegamos eles. Até porque como contei, muitos deles tem casas, mas ficam nas ruas durante o dia", explica.

A prefeitura também conta com o Castramóvel que está em atividade desde junho de 2015, percorrendo bairros da cidade como forma de facilitar a castração de cães e gatos. A cirurgia é feita em uma unidade móvel, com profissionais capacitados, e dura cerca de uma hora, entre anestesia, procedimento cirúrgico e recuperação.

"É uma ferramenta que temos para castrar animais e evitarmos que eles procriem e tenhamos mais cachorros e gatos na rua sem um tutor responsável por eles. Atualmente, nós estamos funcionando em moldes específicos, onde em algumas situações temos que buscar e depois levar o animal que será castrado, o que não é o ideal", conta. Segundo o veterinário, a população teve uma baixa adesão quando o Castramóvel ia até os bairros, pois as pessoas acabavam não levando os animais até o local para realizar a cirurgia.

"O tutor do animal ele tem que ser responsável pela vacinação, alimentação e abrigo do bichinho", comenta o veterinário Cristóvão Câmara

 

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