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UTFPR se prepara para eleição virtual no próximo dia 30

A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) já está preparada para realizar a eleição de escolha de reitor de forma virtual e com voto eletrônico no próximo dia 30 de junho. O pleito acontecerá após devolução ao Poder Executivo da Medida Provisória 979/20 pelo Senado Federal, que designava escolha de dirigentes, de forma temporária, para a universidade, durante o período de emergência na saúde pública.

Em entrevista ao Jornal Diário dos Campos, o reitor da UTFPR, professor Luiz Alberto Pilatti, destacou a importância da eleição com a participação dos professores, servidores e alunos. O reitor apontou ainda sobre as conquistas da universidade ao longo dos quatro anos em que esteve à frente da reitoria e os desafios enfrentados pela instituição durante a pandemia. Confira na entrevista.

Eleição virtual para escolha do reitor será de forma inédita

Por conta da pandemia e após a devolução da MP 979/20, pelo Senado Federal, como se dará o processo eleitoral para eleger o reitor da UTFPR?

Esse é um processo inédito e outras universidades já fizeram dessa forma, à exemplo da USP, onde, inclusive, vamos utilizar o mesmo software para a realização da eleição. Esse ano, depois do início do isolamento social por conta dessa tragédia humada, que é a covid-19, todas as 68 universidades federais do Brasil interromperam suas atividades presenciais. E, nesse ano, 17 instituições teriam processos eleitorais a serem realizados. A UTFPR seria a terceira.

Então, as instituições precisaram consultar o Ministério da Educação (MEC) sobre a realização do pleito e fomos informados de que, caso não ocorresse, o MEC indicaria um reitor pro tempore. Então, todas as universidades se movimentaram e duas já fizeram a eleição virtual, que foi a Universidade do Sul e Sudoeste do Pará e a Rural do Semi-Árido. Todas elas tiveram sucesso e alto índice de participação da comunidade.

Na UTFPR esse processo acontecerá no dia 30 de junho e entendo que isso será um processo de aprendizado e daqui pra frente todos os processos serão dessa forma. Estamos nos preparando para que tudo ocorra com segurança e dentro da normalidade.

Com relação ao peso dos votos, será de 70% para os professores, 15% para os técnicos administrativos e 15% para os alunos. A UTFPR conta hoje com aproximadamente 2400 professores, 1500 técnicos administrativos e 34 mil alunos. Todos têm condições e votarem.

Como o senhor avalia o processo de votação nesta modalidade online?

Era a única opção que nós tínhamos. O quadro da covid-19 no Paraná está se agravando e essa era a única possibilidade que tínhamos de fazer a eleição. Cada um dos servidores e estudantes da instituição vai receber uma senha para realizar a sua votação de qualquer lugar utilizando, inclusive, o seu smartfone.

Hoje (sexta) será feita uma simulação para testar o software e, caso tenha algum prolema, teremos tempo de corrigir. O tempo estimado para a divulgação do resultado será de cinco a seis horas, então acredito que esse resultado será divulgado no início da madrugada.

Reitor, o senhor é candidato à reeleição. Por quais motivos optou por se recandidatar?

Temos um trabalho que não está concluído e contamos hoje com 11 diretores gerais dos 13 campi que estão nos apoiando. Um grupo se reuniu e elaborou um projeto onde se desenha o futuro para a universidade e esse grupo escolheu o melhor nome para dar continuidade a este trabalho.

A UTFPR tem apresentado grandes avanços e nesse momento difícil eu entendo que será um grande desafio, por isso, disponibilizei meu nome, foi uma escolha do coletivo e nós temos um projeto de dar continuidade a esta história com resultados positivos.

Hoje somos uma jovem universidade que está presente em 13 cidades que, ao longo destes 15 anos, o que já alcançamos é algo impensável. A UTFPR já tem o sétimo maior orçamento entre todas as federais do Brasil. Além disso, o MEC fez uma avaliação com indicadores sobre a qualidade e bom uso do dinheiro público e em todos os resultados nós tivemos nota máxima. Também começamos a aparecer nos rankings das universidades mais importantes do mundo.

E como candidato convido a todos para conhecer os resultados dessa instituição na nossa página www.somosutfpr.com.br. Peço que todos avaliem e nos honrem com seus votos no dia 30. Tenho convicção que daqui quatro anos vamos entregar ainda mais resultados.

Avanços positivos da UTFPR ao longos dos últimos anos

Quais os pontos positivos que o senhor nos aponta em todo esse período em que ficou à frente da UTFPR?

A UTFPR é a universidade mais paranaense de todas, com maior número de campi nas cidades, principalmente, no interior do estado. Fui diretor do campus de Ponta Grossa por oito anos e conheço muito bem a realidade do interior e as suas transformações. Temos sim problemas com investimentos, mas o nosso custeio cresceu muito, em torno de 50%, furto do nosso número de alunos.

No ano passado, quando muitas federais anunciaram que parariam com as obras, a UTFPR foi a única que anunciou que daria continuidade. Hoje nenhuma obra está parada. E nós temos conseguido parcerias cada vez mais significativas, principalmente, com o governo federal os recursos para a construção de laboratórios.

Crescemos de forma importante com resultados em todas as áreas. A nossa graduação está passando por uma revolução na sua metodologia de ensino, além disso, a maioria dos nossos cursos tem duplo diploma. Contamos com cerca de 1 mil alunos que fizeram parte da sua graduação na Europa.

Momento de reinventar a forma de ensino

Como está esse momento de reestruturação da universidade por conta da pandemia?

Agora estamos em um momento que temos que nos reinventar e essa tragédia vai deixar alguns legados. A educação mudou e a vida que nós conhecíamos não vai existir nunca mais. Os nossos professores estão trabalhando forma virtual e nosso estudante terá outro tipo de formação.

Teremos que aprender uma nova forma de trabalho, pois este é um cenário de grandes incertezas, mas posso garantir que nunca houve um rompimento dos projetos da UTFPR e eu tenho convicção de que a nossa instituição irá aparecer entre as universidades tecnológicas mais importantes do mundo.

E como ficaram as aulas na UTFPR neste período de isolamento?

Estamos criando soluções e estamos iniciando agora as atividades remotas em um período de ajustes, mas a ideia é fazer com que a perda seja a menor possível, pois tem muitas coisas mudando nesse percurso.

É um cenário difícil e estamos pensando na saúde mental dos nossos estudantes e isso tudo permeado com a realidade econômica do nosso país. Tenho recebido cartas de pais pedindo parfa que a bolsa do filho não seja cortada. Criamos um auxílio emergencial, garantido até dezembro, também estamos mantendo os nossos estagiários.

Quando começou a pandemia, nós tivemos uma reunião do quadrilátero das universidades, onde tivemos a participação da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) e Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. E naquela ocasião as duas pediram para que as universidades não tomassem nenhuma decisão nos próximos 15 a 20 dias.

Quando terminou o relato das médicas, eu pedi a palavra e falei que a UTFPR iria paralisar as atividades no dia seguinte como forma de prevenção. No mesmo instante, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) fez o mesmo. O que mais me emocionou foi a carta que eu recebi de um pai, que tem o filho com deficiência, me agradecendo por essa atitude que salvou muitas vidas. Esse é um momento em que as universidades públicas mostram a sua importância para o país.

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