A mãe de Enzo, Juliana Antunes*, está preocupada com a dificuldade em localizar o medicamento Ritalina. O menino tem 12 anos e precisa do remédio para controlar sua irritabilidade que, somada à esquizofrenia e epilepsia das quais foi diagnosticado, fazem com que o jovem dependa do produto. No entanto, ao longo dos últimos meses, o item parece ter se tornado cada vez mais raro na rede pública de saúde.
O jovem veio morar com a mãe em Ponta Grossa em maio e, deste então, recebe acompanhamento no Caps Infantil, onde a mãe também diz ter sido informada sobre a falta do medicamento. “Dizem que está em falta. Mas o remédio ajuda para que ele fique menos agressivo. Na última semana, ele chegou a quebrar vidro e se machucar na escola, além de agredir professores”, diz Juliana.
Ela questiona se esse é um problem geral mesmo, ou se existe outra recomendação sobre como obter o medicamento, sem o qual o menino tem uma piora sensível em seu quadro de saúde.
A empresa fabricante confirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o abastecimento de Ritalina e Ritalina LA (cloridrato de metilfenidato) enfretou problemas, mas foi reestabelecido durante o mês de agosto. Os lotes de Ritalina e Ritalina LA estão sendo faturados para o mercado – centros de distribuição, farmácias e secretarias de saúde do país – desde a data de 24 de julho.
“A empresa notificou a Anvisa de forma preventiva e está tomando todas as providências ao seu alcance para regularizar o fornecimento, pois entende a importância da continuidade no tratamento dos pacientes. Adicionalmente, esclarece que a normalização aos pacientes pode até levar 60 dias, considerando os prazos necessários para distribuição”, informou.
*Nome fictício para preservar a identidade dos envolvidos