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Uso da máscara predomina nas áreas comerciais de PG

Foto: José Aldinan

Por Danilo Kossoski/ Dcmais

Apesar dos números preocupantes sobre contágios e mortes registrados em janeiro em Ponta Grossa, o uso da máscara facial está longe de ser consenso no município. O uso é obrigatório desde abril de 2020, e foi uma das poucas medidas cuja obrigatoriedade é mantida por força de decretos desde então. Ainda assim, a população vem fazendo uso mais por receio de ser barrada na entrada de uma loja do que por qualquer outro motivo.

A prova disso está na observação diária. Embora não haja uma estatística oficial a esse respeito, a equipe de reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais percorreu algumas das ruas da cidade para verificar na prática como está sendo o uso da máscara entre os ponta-grossenses. Transitando de automóvel, a reportagem computou o número de pessoas com máscara, sem máscara, e os que estava com máscara no queixo ou encobrindo apenas a boca.

A contagem foi feita em duas vias centrais comerciais, e em três vias dos Bairros Neves e Uvaranas (uma predominantemente comercial, uma comercial e residencial e outra residencial), entre as 14 e as 15 horas dessa segunda-feira (1º). Esse recorte permitiu registrar o comportamento de 287 pessoas. O resultado mostrou que o percentual de uso é maior nas vias que possuem maior número de lojas. Ou seja, áreas comerciais registram maior respeito aos decretos do que em áreas residenciais.

Na Avenida Vicente Machado, considerada principal via comercial do Centro, 84,6% dos transeuntes estava fazendo uso de máscara. Na Rua Balduíno Taques, cerca de 60% estava com máscara. Na Avenida Carlos Cavalcanti, que ainda tem muitas lojas e prestadores de serviço, esse índice já caiu para 43,4%. Já na Rua Washington Luiz, havia máscara no rosto de 25% das pessoas e na Fagundes Varela esse índice foi parecido (26%).

Queixo protegido

Chama a atenção o fato de que nas ruas centrais o índice de pessoas com uso inadequado da máscara (cobrindo somente a boca ou o queixo) é maior do que o de pessoas sem máscara. Embora parte dessas pessoas possa atribuir a um picolé ou garrafa d’água o desrespeito aos decretos, isso parece sugerir que há um percentual grande de pessoas que usa a máscara apenas por obrigação, e não por acreditar que ela faça alguma diferença na prevenção à covid-19.

Calçadão

No Calçadão da Rua Coronel Cláudio, que é via de passagem para quem vai a lojas ou ao Terminal Central de ônibus, a reportagem não fez coleta de amostragem, porque nitidamente é um dos locais com maior número de pessoas fazendo uso do item.

Usar ou não usar

Idalina das Neves Iansen precisou sair na tarde dessa segunda-feira. A máscara de pano não saiu do rosto. Ela tem 78 anos e sabe que está no grupo de maior risco frente a covid-19. “Já me acostumei a usar. Estou usando desde o começo [da pandemia]. Em casa, às vezes, até me esqueço de tirar”, disse, lembrando que seu marido também usa a máscara o tempo todo quando sai.

João Adenilson, 45 anos, reconhece que a máscara incomoda. Especialmente para ele, que se desloca de bicicleta. “Faz faltar fôlego. Mas eu estou sempre usando, mesmo enquanto pedalo”, garantiu. Ele estava no Centro, de onde voltaria para sua casa, no Cará-Cará, de bicicleta.

Já o adolescente de 16 anos, que caminhava sem máscara ouvindo música no fone de ouvido demonstrou indiferença em relação ao tema. “Eu não uso quando estou na rua. Sei que é errado, mas… sei lá”, comentou antes de voltar a colocar o fone.

Amostragem de uso da máscara em Ponta Grossa


*Dados coletados entra as 14 e 15 horas de 1º de fevereiro

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