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“Uma gestão do PSOL não promete nada inviável”, garante Professor Gadini

Foto: José Aldinan de Oliveira

Professor Gadini, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), encerrou nesta sexta-feira (30) a segunda rodada de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Ponta Grossa. A iniciativa partiu do portal dcmais e do jornal Diário dos Campos.

O professor universitário usou o espaço para responder questionamentos sobre o plano de governo proposto para a cidade e, também, de entidades representativas no município.

Gadini comentou o andamento da campanha do PSOL, que pretende gastar poucos recursos financeiros e eleger pela primeira vez políticos para Ponta Grossa.

O candidato diz que vai abrir mão do salário de prefeito, mas seguirá recebendo da Universidade por ser concursado?

“A legislação prevê que posso escolher, se eleito, o salário de prefeito ou de professor. Como não pretendo pleitear reeleição e vou seguir como professor, pretendo manter o salário como professor da UEPG. Ao fazer essa opção, asseguro uma economia estimada em mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos da cidade nos quatro anos”.

O candidato arrecadou até o momento R$ 35 mil e gastou na campanha apenas R$ 1,5 mil. Como está fazendo a campanha gastando tão pouco?

“A nossa campanha está estimada em R$ 40 mil total. Mais de 90% desse custo é para pagar os profissionais. Vai ser a campanha mais barata e vai mostrar que é possível fazer política sem grandes envolvimentos financeiros. A nossa campanha não tem material impresso em papel. O nosso gasto é adesivo; um valor que veio de doação e a gente converteu nesse material”.

O PSOL trabalha com a perspectiva de eleger quantos vereadores?

“Estamos trabalhando com o horizonte de dois mandatos”.

É possível administrar a cidade com uma bancada tão pequena?

“Uma gestão do PSOL não promete nada inviável e não quer nada em troca. Portanto, a gente aposta no diálogo com os vereadores dos diversos partidos. Podemos fazer um governo em defesa da maioria da população mesmo com uma bancada pequena”.

Na questão de mobilidade urbana, na sua visão, qual seria o valor ideal para a tarifa do transporte de uma cidade do porte de Ponta Grossa?

“Quando a gente abrir a caixa-preta com a ‘martelada’ da fiscalização, vamos ter a maior satisfação em dizer que reduziremos a tarifa. Essa é a nossa referência”.

O plano de governo do candidato propõe gratuidade do transporte para a população de baixa renda. Como seria esse acesso? Isso não impactaria no custo da tarifa para os demais usuários?

“O modelo de contrato atual impacta para os usuários, pois é um modelo viciado de contrato. As pessoas, então, tendem a pensar que não há saída. Há itens ali que só existem no contrato de Ponta Grossa. Tem lucro líquido assegurado. O debate de ‘Tarifa Zero’ acontece no mundo todo. O transporte não deve ser pensado para dar lucro a um grupo. Ele deve ser pensado para assegurar funcionalidade. É como o SUS. É possível pensar dentro dos dados do CadÚnico a inserção de pessoas que não têm como pagar o transporte, mas sobrevivem de outra forma. Mas esse sistema não vai incluir 19 mil pessoas, por exemplo, de uma hora para outra. Por isso que para nós a primeira referência quando se fala em transporte é fazer a fiscalização que nenhum prefeito fez”.

Teria como citar alguma cidade do porte de Ponta Grossa que tem uma empresa pública de transporte coletivo?

“Há cidades maiores e menores. Quem conhece Porto Alegre sabe que lá há uma empresa pública que é considerada eficiente no comparativo. Ela integra a Região Metropolitana. Tem uma cidade no interior do Rio Grande do Sul – bem menor que Ponta Grossa em população – que tem uma empresa que opera de modo complementar nas linhas onde as empresas privadas alegam ineficiência financeira. Há vários modelos que temos de buscar e tentar avançar um pouco em Ponta Grossa”.

Como aumentar o quadro da saúde sem passar por cima da Lei de Responsabilidade Fiscal?

“A nossa proposta de acabar com 70% dos cargos comissionados deixa uma margem razoável de valores. É possível fazer sobrar recurso. Qual outro meio de aumentar a arrecadação? Fiscalização. Sem fiscalização não há aumento de receita. Com uma estrutura mínima de fiscalização, conseguimos ampliar receita orçamentária anual e replanejar investimento”.

Que tipo de profissionais de saúde Ponta Grossa precisa?

“Estamos falando de médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras… e de diversos outros setores profissionais que hoje não estão disponíveis na cidade para atender as Unidades Básicas de Saúde. A gente dá essa referência das profissões mais emergenciais, mas a gente precisa de psicólogo, de assistente social, de fisioterapeuta. Precisamos de equipes multidisciplinares nas Unidades Básicas para resolver boa parte dos problemas da população”.

O plano de governo cita reabrir postos de saúde que foram fechados. Quantos seriam reabertos?

“Quando o nosso levantamento foi feito, tínhamos seis desativados parcialmente ou com a chamada construção que demora mais do que deve. Agora algumas unidades foram reinauguradas. No momento apropriado a gente vai atualizar esse levantamento e assegurar as soluções que propomos”.

O candidato pretende mudar a realidade de expansão industrial de Ponta Grossa?

“Não. Quem gera emprego e renda nestas cidades que tentam uma marca de industrialização não superior a 20%, é o micro e pequeno empreendimento. Os números confirmam isso. O cálculo do emprego indireto é ambíguo. Não vem sempre de graça na lógica. Mas não precisa mudar esta rota. O que precisa é olhar, reconhecer e buscar formas de apoio ao pequeno e micro empreendimento. Não se trata de dois extremos. A cidade pode permanecer aberta a investimentos. Nós vamos executar o diálogo com o pequeno comércio, a micro indústria. É esse setor que gera empregos”.

Convidados questionam

Marcelo Ávila – representante do Núcleo das Indústrias
O candidato tem algum compromisso assumido com o Distrito Industrial de Ponta Grossa?

“Nós temos o compromisso político de incentivar todo e qualquer empreendimento que gere emprego e renda na cidade. Na nossa gestão vamos assumir esse papel de agir como indutor do desenvolvimento socioeconômico. Vamos nos encontrar para discutir propostas para atender as demandas urgentes do Distrito Industrial. É hora de mudar de verdade. Hora de fazer escolhas que saem desse modelo dos mesmos, da mesma lógica e da reprodução de alguns vícios na cidade”.

Vander Della Coletta Moreno – gerente regional do CREA/PR
Quais as propostas do candidato quanto ao aprimoramento da fiscalização do município sobre a aplicação de leis que tratam de segurança e saúde das pessoas? Caso da lei que obriga a vistoria e manutenção de sacadas e marquises.

“É a mesma lógica de que para serviços públicos a gente precisa de fiscalização. Precisamos de profissionais nas diversas áreas, de fiscais efetivos. O Plano Diretor deve complementar vários itens da legislação local, principalmente na gestão urbana dos loteamentos. Com estas legislações complementares, não tenho dúvida de que ajudará a cidade com essa preocupação da qualidade de vida e em defesa da vida das pessoas”.

Roberto Ferensovicz – presidente do Sindserv
Qual o pensamento do candidato quanto à concessão de vale-alimentação aos servidores municipais?

“O Sindicato tem autoridade e representatividade para avaliar quais setores mais deficitários do ponto de vista do respeito e do reconhecimento salarial e que precisam desta urgência. Nós somos favoráveis e sempre seremos a assegurar melhorias nas condições de vida e trabalho de quem presta o serviço público. No momento apropriado a gente vai procurar a direção do Sindicato para assumir estas demandas que envolvem a qualidade de vida dos trabalhadores”.

Diva Angélica Martins Bueno – voluntária do SOS Bichos
O candidato tem algum projeto de hospital público veterinário ou de convênio com clínica particular para dar assistência a famílias que não possuem condições de dar tratamento a animais de estimação?

“Temos entidades de proteção animal há mais de duas décadas que fazem um trabalho com recursos próprios. E esse trabalho é feito porque o poder público não assume o papel dele. Temos que ampliar as parcerias com clínicas e também com a faculdade de Medicina Veterinária do Cescage. É possível discutir a ampliação destas parcerias. Agora, o problema central é do gestor público, que precisa assumir uma política de proteção aos animais”.

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