Ponta Grossa, como vários outros municípios, viu crescer sua frota de veículos nos últimos anos e, em 2018, ultrapassou a marca de 200 mil veículos, apresentando praticamente um carro para cada dois habitantes. Isso significa movimento intenso nas ruas da cidade, o que vem obrigando a prefeitura a adotar uma série de medidas para dar maior fluidez ao tráfego.
Especialmente nos últimos sete anos, houve a instalação de faixas elevadas, abertura de novas ligações interbairros, criação de rotatórias, exclusão de vagas de estacionamento e mudanças no sentido de vias. Mas, no final, a garantia de que tudo isso funciona dependerá do bom senso das pessoas e de uma fiscalização efetiva.
O DC contatou algumas das prefeituras nas cidades de maior frota de veículos do estado, para fazer um comparativo entre as ações de cada município na fiscalização rotineira de trânsito. Embora cada órgão tenha uma forma diferente de administrar a questão, um dos aspectos que merece destaque é o número de agentes destinados, especificamente, à fiscalização no cumprimento das leis de trânsito.
Em Ponta Grossa, esses agentes, reconhecidos por seu boné branco e colete com a inscrição “trânsito” nas costas, são em número de 17. Se considerarmos a frota da cidade, de 207.377 veículos, significaria que cada agente tem sob sua responsabilidade a fiscalização de 12.198 veículos. Um número alto, se comparado com outros municípios. Em Maringá, o cálculo apontaria um agente para cada 4.060 veículos. Em Londrina, um para cada 4.667 veículos. Em Curitiba, um agente para cada 6.185 veículos. Cascavel teria um agente para cada 8.614 veículos.
Apoio da GM
Naturalmente, a estatística sobre agentes não é a única forma de avaliar a fiscalização eficiente no trânsito. Mas um número maior de agentes tende a oferecer um rigor maior no cumprimento das leis. Pensando nisso, a prefeitura de Curitiba incluiu entre as atribuições dos guardas municipais a fiscalização e orientação sobre o comportamento dos condutores. Atualmente, 351 guardas dão apoio ao trabalho de 230 agentes de trânsito. A estratégia também foi implantada em Foz do Iguaçu.
Sem equipe
Em São José dos Pinhais o cálculo agente X frota não se aplica porque não há agentes de trânsito. Segundo a prefeitura, apenas dois guardas municipais realizam fiscalização de trânsito, cedidos pelo setor de segurança, em uma viatura. Eles cuidam de uma frota de 197.131 veículos. Esporadicamente, durante operações, 15 guardas e 11 veículos são designados em fiscalizações.
PG aposta em tecnologia
Em Ponta Grossa, a AMTT informou que vem estudando ações que promovam uma ampliação do sistema de fiscalização com o emprego de tecnologias, como câmeras e outros dispositivos. Segundo o presidente da autarquia, Roberto Pellissari, o departamento de trânsito consegue suprir a demanda atual relacionada a fiscalização. “Vale salientar que, além dessas quatro viaturas exclusivas do departamento, nós também temos outras três que são compartilhadas com o departamento administrativo e, eventualmente são utilizadas pelo trânsito”, comenta.
Segundo ele, existe a necessidade de que a estrutura acompanhe o aumento da frota veicular do município, mas não é viável, no momento, a extensão das atribuições de fiscalização do trânsito para a Guarda Municipal.
