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Tenista João Tramontin, de PG, coleciona quase 400 troféus aos 74 anos

Tenista João Tramontin é destaque internacional. Foto: José Aldinan

O que pretende fazer ou ter feito quando chegar aos 75 anos de idade? O professor de geografia aposentado, João Heraldo Tramontin, está perto de completar 75 primaveras e a cada ano esbanja mais saúde para se dedicar ao esporte. Ele disputa torneios de tênis desde 1979. Morador de Ponta Grossa, ele ocupa a 44ª posição no Ranking Internacional Sênior 75+ e coleciona quase 400 troféus.

As conquistas mais recentes do tenista João Tramontin são deste ano. Três torneios de nível mundial disputados em três capitais brasileiras: Florianópolis, Rio de Janeiro e Goiânia. Cada um deles deu a Tramontin 400 pontos no ranking. Eles se somam à conquista de um Brasileiro em Fortaleza, totalizando 1.600 na lista da ITF (International Tennis Federation).

Nascido em 13 de outubro de 1946 na cidade de Ipiranga, vizinha de Ponta Grossa, o ex-professor é o segundo melhor brasileiro da categoria. E quer mais: a meta é um dia aparecer entre os dez melhores.

Para atingir o objetivo, o experiente tenista precisa participar de eventos que tragam mais pontos, visto que o ranking considera os quatro melhores resultados de cada atleta. Estão no destino de Tramontin competições em São Bernardo do Campo (SP) e em Lima, no Peru. Esta última valendo 1.000 pontos para o campeão.

Mundo afora

Treinando três vezes por semana no Clube Ponta Lagoa e realizando reforço muscular em decorrência de um problema no bíceps, Tramontin guarda centenas de histórias por trás de cada troféu e de cada item que traz como lembrança. Nos 40 anos de esporte, conheceu 65 países e culturas. Na jornada estão passagens por Áustria, África do Sul, Estados Unidos, Croácia, Turquia, Austrália e Rússia, por exemplo.

Nem parece que tudo começou por acaso. “Minha esposa fazia mestrado em Bauru e um amigo me chamou primeiro para jogar futebol. Depois tênis. Eu não tinha nem roupa adequada. Mais tarde comprei um livro que mostrava técnicas de jogo e movimentação”, recorda-se.

Dali pra frente o que era um lazer deslanchou para paixão. “No primeiro torneio, em 1979, perdi a primeira partida. Depois ganhei todas as restantes e fui campeão”, relembra com orgulho. Ele é prova da evolução da modalidade.

“Jogávamos com raquetes de madeira. O tênis era um glamour”, afirma. Nos jogos mais recentes lembra-se de partidas contra veteranos que hoje estão entre os cinco melhores do ranking. Casos do alemão Peter Adrigan e dos americanos Michael Beautyman e Jimmy Parker.

“Joguei contra o Beautyman [número 3 do ranking], abri 3 a 0 no primeiro set. Os brasileiros começaram a observar e falar: ‘olha o Tramontin!’. O Beautyman mudou o estilo de jogo e fechou o set em 6 a 3. No segundo abri 3 a 0 de novo e o pessoal só ficando de olho em nossa partida. Perdi de 6 a 3 de novo”, fala sorrindo mesmo ao se recordar de um revés.

Saúde

Com a rotina de treinos e sessões em academia própria, o tenista mantém a forma para resistir a partidas que podem durar mais de uma hora. Os organizadores programam as partidas para as primeiras horas da manhã a fim de evitar que os atletas veteranos sofram com o Sol mais escaldante.

Para o tenista João Tramontin, o segredo de jogar em alto nível aos 74 anos está em persistir na atividade. “Com a idade, a técnica fica um ponto abaixo. O importante é estar bem fisicamente e mentalmente”, conta.

Além disso, o tênis permite vida social ativa. “O futebol é mais complicado porque precisa de muita gente. No tênis você reúne um amigo e joga. Além de que a família está junto nas viagens”, finaliza.

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