A taxa de natalidade em Ponta Grossa caiu 11,6% em 2020 em relação ao ano anterior. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen Brasil), que apresenta os registros do país – nascimentos, casamentos e óbitos.
Segundo os dados do portal, em 2020 nasceram 5.129 crianças, um total de 670 a menos do que em 2019, quando 5.799 nasceram na cidade. O número de nascimentos já vem caindo pelo menos desde 2015, quando o portal começou a registrar e divulgar os dados. Mas o comparativo mostra que o último ano teve a maior redução. No acumulado, entre 2015 (6.131 nascimentos) e 2020 (5.129), há uma diferença de 1.002 bebês nascidos.
Segundo especialistas na área de saúde, alguns fatores influenciaram na queda de nascimentos em várias cidades do país. Apesar do isolamento social e as pessoas ficarem mais em casa, muitas famílias tiveram impacto na economia familiar e também tiveram receio em procurar instituições médicas, por conta do coronavírus.
O chefe da 3ª Regional de Saúde, Robson Xavier, falou no último dia 11 de março, durante a coletiva de imprensa com representantes da saúde, sobre como a pandemia tem impactado na baixa da natalidade. “O vírus trouxe sérias consequências e, por exemplo, em 2020 foi um ano que teve menos nascimentos nos Campos Gerais das últimas duas décadas”, relata. Xavier afirma que a baixa na natalidade acaba impactando socialmente, economicamente e na taxa de reprodução da população no futuro.
Enxoval pela internet
A futura mamãe, Emanuele Mensen, que está grávida de 29 semanas, conta que não teve uma gravidez planejada e que a preocupação com a pandemia ainda é grande. “Apesar de eu trabalhar em home office, ainda assim tenho que sair para consultas médicas e questões importantes para resolver. Mas por exemplo, eu comprei todo o enxoval do meu filho pela internet para não ter que sair e me expor”, explica.
Emanuele também conta que ela e o marido estão se preparando para a chegada do filho e de como será a restrição de pessoas que irão poder conhecer a criança. “Nós entendemos que temos que colocar algumas regras para as pessoas poderem conhecer o nosso pequeno. Então, tudo será pensado para não colocar ninguém em risco”, conta.
Positivada na gravidez
Já a Franciele Beraldo, que teve seu primeiro filho, Luiz Arthur, no dia 11 de fevereiro deste ano, positivou para covid-19 quando estava grávida de sete meses. “Foi um susto e um desespero no começo. Fiquei muito preocupada como poderia afetar meu filho. Mas eu procurei o meu médico e tive o acompanhamento necessário que me deixou mais tranquila”, comenta. Franciele teve sintomas leves e seguiu com as recomendações médicas de isolamento social e outras de higiene.
“Eu ainda não sei como fui infectada, pois trabalhava home office e só tinha contato com pessoas do meu núcleo familiar que seguiam as mesmas regras que eu”, desabafa. Franciele teve uma gravidez planejada e disse que a orientação médica fez com que ela tivesse segurança em ter o filho, mesmo durante o período complicado da pandemia.
Atendimento para as grávidas
Segundo a assessoria da Prefeitura de Ponta Grossa, atualmente há 99 mulheres esperando para realizar o exame de ultrassom. A média de espera nesta fila é de 15 dias. Ainda segundo prefeitura, os exames são realizados na Amo Clinic, que disponibiliza cerca de 500 vagas por mês.
A orientação para as mulheres grávidas que precisarem de atendimento de urgência, por exemplo, sangramento, perda de líquido, elas devem procurar o Hospital de referência do parto, que está carimbado na carteirinha de gestante.
Número de nascimentos em Ponta Grossa
2015 – 6131
2016 – 5923
2017 – 5985
2018 – 5892
2019 – 5799
2020 – 5129
2021 – 791 (até 23 de março)
Fonte: Portal da Transparência Arpen Brasil