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Suspensão de transporte coletivo chega a quintuplicar gastos de empresas de Ponta Grossa

Empresas de diferentes setores contam quais são as alternativas adotadas durante a vigência do decreto, válido até este domingo (28)

Ponta Grossa está há uma semana sem transporte público coletivo (Foto: José Aldinan)

O novo decreto de medidas restritivas em Ponta Grossa está em vigor há uma semana. Válido de 18 a 28 de março, entre as suas determinações, como o fechamento de atividades consideradas não-essenciais, está a suspensão do serviço de transporte coletivo da cidade.

Como o texto determina, ainda, que “o transporte dos trabalhadores das atividades essenciais será prestado por seus empregadores” e que e que “a lotação autorizada para o transporte particular por meio de vans, ônibus, táxi, aplicativos e similares é de 50% da capacidade máxima”, empresas de segmentos diversos tiveram que buscar alternativas para a locomoção dos funcionários – o que alterou não apenas a logística, mas também jornadas de trabalho e gastos com translado, conforme a reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais constatou ao conversar com algumas empresas de ramos diversos.

No caso dos supermercados, os gastos chegaram a ser cinco vezes a mais do que o comum pagamento de vale-transporte, como no caso da rede Condor. “A definição da suspensão do transporte foi com muito pouco tempo, de um dia para outro. Não temos frota para isso, apenas veículos de carga. Não havia opção de fretamento de ônibus, além de que para ir buscar e entregar todos, levaria muito mais tempo e desconforto, especialmente para o colaborador. Imagina entregar um a um em endereços diversos para 5 lojas ou marcar pontos de encontro, como o colaborador chegaria nele”, destacou o diretor de operações do Condor, Maurício Bendixen.

“A opção melhor, embora mais cara, mas que atenderia com mais rapidez e sem gerar muito desconforto para os funcionários, seria caronas, Uber e vans. Ainda assim, usando uma limitação de 50% de ocupação nas vans e no máximo 3 no Uber e nas caronas. A medida encarece muito o custo operacional, pois não havia previsão para isso. Ao longo de uma semana, chegamos a gastar 5 vezes mais, porém é importante para poder atender aos clientes e não gerar desconforto ou problemas de abastecimento”, afirmou Bendixen, através da assessoria de imprensa.

Veículos próprios

Unidades de saúde e hospitais seguem com atendimento normal e têm utilizado veículos próprios para a locomoção dos profissionais. Na semana passada a prefeitura informou que utilizaria ônibus do transporte escolar e veículos municipais e o Hospital Geral Unimed (HGU), que tem 125 colaboradores, informou que montou uma logística com os motoristas do próprio hospital, por exemplo.

O mesmo ocorre com a Panificadora Vila Velha. A gerente Michele Bobsen disse que a suspensão do transporte público prejudicou bastante a logística da empresa por ela abrir às 6h30. “Os dois carros que fazem entregas têm buscado o pessoal em casa. Mas nem todo mundo mora na mesma rota, tem gente no Dalabona [bairro Chapada], Nossa Senhora das Graças [Boa Vista] e Paraíso [Uvaranas]… e é um custo de novo, porque a empresa já tinha feito a recarga do vale-transporte”, disse ela, lembrando que são 28 funcionários na panificadora e outros 20 na fábrica da marca.

Fretamento

No caso da rede de farmácias Fleming, que possui em torno de 260 funcionários em Ponta Grossa, foi alugada uma van e adotado um sistema de caronas, além da mudança de locais de trabalho para alguns colaboradores. “Van é o que mais estamos usando, além do pagamento de gasolina para aqueles que têm carro e moram perto de outros funcionários. Para algumas pessoas também alteramos horários e locais de atuação, para ficar mais perto de casa. Nosso custo aumentou 3 vezes com transporte, pois em 10 dias gastamos o que gastaríamos no mês inteiro”, contou a gerente de marketing Giovana Oliveira.

A Viação Iapó, que faz transporte corporativo para 18 indústrias, conta que a maioria já adotava o sistema em 100%, mas quatro tiveram que aumentar as suas linhas. “Tivemos um incremento no atendimento, pois além de usar o transporte corporativo algumas dão vale-transporte para os funcionários chegarem aos pontos de encontro. Agora esticamos as linhas e passamos nos bairros de cada um”, disse a empresa.

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