A tarifa do transporte público de Ponta Grossa sofrerá reajuste neste domingo (11), quando entra em vigor a tarifa de R$ 3,80, valor R$ 0,10 superior ao atual (R$ 3,70). A Prefeitura de Ponta Grossa aceitou a sugestão do Conselho Municipal dos Transportes (CMT) que, em reunião que durou quase cinco horas nesta quarta-feira (7), apontou esse como sendo o reajuste ideal. O CMT analisou por quase 15 dias os dados fornecidos pela VCG e a planilha de cálculos entregue pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT).
Segundo nota publicada pela Prefeitura, o valor ficou abaixo dos índices levantados pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), mas optou-se por aceitar a conclusão tomada pelo CMT, “com notório saber técnico, formado por entidades representativas da sociedade”, menciona a Prefeitura. “Foram realizadas duas reuniões do Conselho e o valor aprovado foi abaixo do proposto para o repasse, que era de R$3,99 (tarifa técnica)”. A planilha apresentada pela AMTT é composta por 38 índices que impactam sobre a passagem, com custos fixos e variáveis, que incluem desde despesa com colaboradores ao uso de insumos, sendo realizada a correção dos índices conforme a inflação no período próximo de 3%.
O reajuste sugerido pelo CMT ficou em 2,7%. Segundo presidente do Conselho, Helmiro Bobeck, a proposta diferenciou da apresentada pela AMTT porque foi desconsiderada a variação de passageiros transportados. “Consideramos apenas a correção a inflação sobre os custos dos veículos [e insumos] e não a variação de passageiros, e encaminhamos sugestões à Prefeitura para que sejam feitas adequações no sistema de transporte público. Está muito cômodo repassar, anualmente, todos os prejuízos ao usuário”, disse.
Recomendações
O CMT recomendou à Prefeitura otimização do IPK (índice de passageiros por quilômetro) visando o equilíbrio dos custos da tarifa. Segundo os dados apresentados, a redução média dos passageiros gerou um desequilíbrio financeiro, que é a diferença da planilha técnica em relação ao valor sugerido pelo Conselho. Somente nos últimos três anos, o IPK reduziu de 1,72 para 1,59. A recuperação do sistema poderia incluir mudanças em linhas de ônibus, na idade média da frota, descentralização do Terminal e mudanças na legislação que atualmente rege o transporte público na cidade.
Bilhete eletrônico
A Prefeitura recomenda que em no máximo 40 dias todos os usuários do transporte coletivo façam uso do cartão de bilhetagem eletrônico, pois poderá ser cobrado valor diferenciado para o pagamento em dinheiro.
Viação Campos Gerais
Em nota, a Viação Campos Gerais (VCG), que administra o sistema de transporte público na cidade, declarou que o valor da tarifa aprovado por maioria no CMT não respeita a legislação e o contrato de concessão, e ignora o cálculo elaborado pela AMTT, que apontou o valor de R$ 3,99, considerando custos de manutenção, inflação e IPK.
Ações
Pelo menos uma das três ações populares que questionam a legalidade do último reajuste da tarifa, realizado em 2017 (quando a tarifa subiu R$ 0,50, indo dos R$ 3,20 para os R$ 3,70), teve movimentação nesta semana, e passou para a fase em que os documentos estão “conclusos para decisão”. De acordo com o presidente da Autrans, Luiz Carlos Gorchinski, que é um dos autores da ação, significa que todos os trâmites foram finalizados e só falta a sentença da juíza Michelle Delezuk.
Acipg é contra aumento
Mesmo estando o reajuste bem inferior aos R$ 0,50 verificados em 2017, a Associação Comercial, Industrial e Empresarial dos Campos Gerais (Acipg) se posiciona contrária ao reajuste de R$ 0,10 anunciado nesta semana. Para o vice-presidente da Entidade, Luiz Eduardo Pilatti Rosas, o aumento deveria ser zero. “A planilha não favorece o usuário, tem vício em sua origem, não espelha a realidade. Além disso, entendemos que 2017 foi um ano que boa parte da população sequer teve o reajuste da inflação em seus ganhos salariais, como poderão absorver outro aumento?”, questiona, Pilatti Rosas, cobrando, também, maior eficiência no sistema.
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