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Sistema Gralha Azul, da Engie, estipula mais 500 contratações

Foto: Marcus Phoebe/Divulgação

* Por Felipe Liedmann

Retomadas no início do último mês após a queda de uma liminar, as obras do Sistema de Transmissão Gralha Azul – com sede em Ponta Grossa e comandadas por concessão pela multinacional francesa Engie – devem contratar mais 500 trabalhadores em janeiro. Esse montante se juntará aos 4,5 mil empregados que já atuam nos diferentes locais, atingindo o pico de cinco mil trabalhadores simultâneos.

“A nossa procura maior é por profissionais eletrotécnicos, experientes em montagem em eletromecânica, e eletrotécnicos que conheçam a parte de comissionamento e preparação para energização”, cita o diretor de implantação da Engie, Márcio Daian Neves.

Nesse aspecto, Ponta Grossa é considerada o eixo principal da estrutura. “A Subestação Ponta Grossa é o coração do nosso sistema. A partir dessa Subestação saem as linhas para diferentes pontos do estado e para outras subestações do projeto”, explica.

Entre outubro e dezembro, as obras ficaram paradas por 65 dias na região da Escarpa Devoniana. Na época, uma decisão liminar da 11ª Vara da Justiça Federal de Curitiba suspendeu as Licenças Ambientais números 23.699 e 23.777, obtidas pelo Gralha Azul. A liminar foi solicitada em Ação Civil Pública impetrada por uma organização não governamental ambientalista.

A ONG questionou licenças ambientais concedidas pelo Ibama para a supressão de vegetação em duas frentes de obras. Segundo a entidade, os trechos por onde passam o linhão não poderiam ser fracionados, pois se tratam do mesmo bioma.

A paralisação, segundo Daian Neves, não afetou o cronograma. “As obras do sistema como um todo estão na ordem de 67% de avanço físico, o que permite a conclusão até setembro de 2021 conforme está previsto no contrato de concessão”, argumenta.

Em Ponta Grossa, cerca de 70% está encaminhado. A fase atual é de montagem de painéis para start da fase de pré-testes e testes que acontecerão nos próximos meses.

Contudo, o período parado não evitou demissões. Os 500 trabalhadores cortados de uma única vez estão sendo recontratados para composição da equipe. O movimento foi possível depois que o STJ revogou os efeitos da liminar e reforçou na decisão “legalidade do licenciamento ambiental”.

“A revogação ocorreu a partir de um recurso movido em conjunto pela União e pelo Estado do Paraná, visto que o projeto é essencial e de utilidade pública para garantir o suprimento de energia do Paraná”, comenta o diretor de implantação da Engie.

No que consiste?

O Sistema de Transmissão Gralha Azul faz parte do planejamento de expansão do setor elétrico nacional e visa superar problemas de subtensão e restrição de oferta na região. Além disso, busca minimizar o risco de “apagões” decorrentes do aumento do consumo. Com a implantação, a energia proveniente de Itaipu, que hoje é basicamente direcionada para o estado de São Paulo, poderá abastecer mais regiões do Paraná.

O projeto é composto por 15 linhas de transmissão, que interligarão 10 subestações (sendo cinco novas e cinco ampliações) ao longo de cerca de mil quilômetros de extensão. Ele percorre 27 municípios do Paraná. Os empreendimentos são uma concessão federal, com vigência de 30 anos, obtida por meio do Leilão de Transmissão de Energia Elétrica nº 002/2017, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O investimento é de R$ 2 bilhões.

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