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Sindserv sugere que retorno das aulas aconteça daqui dois meses

Foto: José Aldinan

“O Sindserv não é contrário à volta das aulas. Elas devem continuar de forma remota mas, no nosso entendimento, seria necessário aguardar mais dois meses para o retorno presencial”

O Sindicato dos Servidores Municipais de Ponta Grossa (Sindserv/PG) sugeriu que a Prefeitura Municipal aguarde por mais dois meses para a retomada das aulas presenciais nas escolas municipais. As atividades foram suspensas há quase 11 meses e, desde então, as aulas foram realizadas de forma remota através do programa Vem Aprender transmitido pela TV Educativa.

Desde então, três datas foram sugeridas para o retorno das atividades em sala de aula. A última é o ensino híbrido, com metade dos alunos nas escolas e outra metade de forma remota, a partir do dia 18 de fevereiro. Mas, na visão do Sindserv, a medida pode colocar em risco as crianças e os profissionais da educação em um momento onde se tem aumento do número de casos da covid-19.

Em entrevista para o portal dcmais, na manhã de quarta-feira (28), o presidente da entidade, Roberto Ferensovicz, apontou que é necessário aguardar que estes profissionais sejam vacinados antes do retorno presencial das aulas.

“O Sindserv não é contrário à volta das aulas. Elas devem continuar de forma remota mas, no nosso entendimento, seria necessário aguardar mais dois meses para o retorno presencial. Esse é o período previsto para que ocorra a vacinação desse grupo. Por enquanto, nós entendemos que é precipitado retornar nesse momento. Se os casos continuarem aumentando, teria que parar novamente assim como foi em 2020”, apontou.

Roberto lembrou ainda da reunião com a secretária de Educação, Simone Neves, ocorrida na tarde da última quarta-feira (27). Na ocasião, representantes do Sindserv apresentaram um documento expondo suas principais opiniões quanto ao retorno das aulas.

“A secretária nos especificou que as escolas irão seguir protocolos de segurança e nós sabemos que a decisão pela retomada das aulas não depende somente da Secretaria de Educação, mas sim do Comitê de Enfrentamento à Covid-19. Mesmo com os cuidados, a nossa preocupação é com a saúde e vida dos trabalhadores. Se um profissional vier a se contaminar, levará para uma criança e, por consequência, ela irá contaminar um familiar”, disse Ferensovicz.

Por outro lado, Roberto destaca a preocupação de uma nova suspensão das aulas, caso os casos de contaminação venham a aumentar. “Nós temos aqui no Paraná a ameaça de uma nova variante do vírus e isso é preocupante nesse momento. Uma nova suspensão das aulas como ocorreu ano passado seria tão dramático quanto esperar por mais dois meses”.

“O nosso próximo passo, após essa primeira conversa com a secretária de Educação, será agendar uma reunião junto ao Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Ponta Grossa ainda na próxima semana. A ideia do Sindicato é fazer um debate e se nós vermos que a decisão por parte da Prefeitura será mantida, iremos levar o nosso entendimento para outras instâncias como a Vara da Infância, Ministério Público e Câmara de Vereadores”.

Questionado sobre uma possível paralisação dos servidores, Roberto disse que não é uma decisão que cabe ao Sindserv. “Acredito que deve ter muito diálogo e nós temos um canal muito aberto para apresentar as nossas questões. Entendemos que a paralisação não deve ser a primeira medida a ser tomada”, garantiu.

Avaliação

O presidente do Sindserv aponta ainda que se após dois meses ainda não houver vacinação para os profissionais de educação será o momento de reavaliar novamente o retorno presencial. “Precisamos esperar as coisas acontecerem para fazer uma nova análise e chegarmos a conclusão se é o momento ou não desse retorno.

Ponta Grossa conta hoje com 4,5 mil profissionais da educação entre professores, escriturários, serventes, merendeiras, assistentes de educação infantil, professores de educação física, motoristas e trabalhadores braçais. Os trabalhadores com mais de 60 anos e/ou com comorbidades vão continuar trabalhando de forma remota.

Pais e alunos

Ferensovicz reforçou o entendimento de que o conhecimento adquirido em sala de aula não é o mesmo da forma remota. “Sabemos que a questão didática é fundamental e isso a criança não tem em casa. Não temos dúvidas de que o conhecimento adquirido não é o mesmo. Mas o prejuízo que tivemos em 2020 ainda vai demorar alguns anos para ser recuperado, não será em dois meses”, disse. O presidente apontou ainda que o Sindserv observa a dificuldade dos pais de alunos que precisam auxiliar os filhos com as aulas remotas e daqueles que precisam trabalhar.

“Quando as aulas foram suspensas há mais de 10 meses, essas crianças ficaram na casa de parentes, avós, tios. É possível que isso permaneça ocorrendo por mais dois meses. Reforço que um retorno neste momento pode trazer transtornos psicológicos na criança”.

Público x Privado

Por fim, Roberto apontou a retomada das aulas nas escolas particulares de Ponta Grossa na última segunda-feira (25). “Nas escolas particulares o número de alunos é reduzido se comparado com as escolas do município. Não podemos comparar a quantidade de estudantes das escolas particulares que utilizam o transporte coletivo, por exemplo. Sabemos que é muito menor”.

O presidente destaca ainda que a reposição de materiais de segurança também é diferenciada. “Na rede privada é possível repor equipamentos de segurança de forma rápida. Na rede pública, é necessária a realização de licitação, que leva certo tempo. São realidades totalmente diferentes”, finalizou.

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