O Sintropas, sindicato que representa os trabalhadores do transporte coletivo urbano, comunicou ontem a possibilidade de uma nova greve em Ponta Grossa. Seria a partir do dia 7 de outubro, caso pagamento dos salários dos trabalhadores da concessionária do serviço, Viação Campos Gerais (VCG), sejam parcelados. A afirmação foi feita pelo presidente do sindicato, Luiz Carlos de Oliveira (Luizão), durante uma live.
A reação de Luizão, como o sindicalista é conhecido, se deu em razão a uma nota emitida pela VCG na última quarta-feira informando os colaboradores que a empresa continua enfrentando a pior crise da sua história devido à pandemia e que, “muito provavelmente”, não terá condições de arcar com o valor integral da folha salarial no próximo dia 6. A concessionária conta com cerca de 1,1 mil funcionários.
“Se os salários não forem depositados de forma integral até às 17 horas de quarta-feira (6), veremos quais ações deverão ser tomadas e as deliberações da categoria. Mas é muito provável que a cidade volte a ficar sem ônibus na próxima semana. Caso o pagamento seja parcelado, nós cruzaremos os braços em outra greve, que começará a partir do dia 7”, disse Luizão.
O presidente do Sintropas disse que os trabalhadores não podem ser prejudicados pelos dias que já foram trabalhados. “Precisamos agir e reforçar que não vamos aceitar esse parcelamento. A dificuldade que a empresa vem enfrentando não deve ser transferida para os trabalhadores. Eles não podem carregar o peso nas costas e, por isso, ações enérgicas deverão ser tomadas”, afirmou.
A nota emitida pela VCG diz que uma parcela do salário de setembro será realizada no dia 6 de outubro e a outra será paga até o dia 25. “Faremos todos os esforços para que o atraso seja de menos dias, para tornar a situação menos gravosa a vocês”, observou a empresa. E abril deste ano, os funcionários da concessionária permaneceram em greve durante 40 dias, por atraso nos pagamentos dos salários.
Outros lados
A VCG foi procurada ontem, mas não quis se manifestar sobre a ameaça de greve do presidente do Sintropas. A Prefeitura de Ponta Grossa, por sua vez, respondeu que “a questão envolve empregadores e trabalhadores sobre o qual o Município não tem gestão”.
Conselho do Transporte deve analisar tarifa
A Prefeitura de Ponta Grossa informou que a partir da próxima semana o Conselho Municipal de Transporte (CMT) terá todos os dados à disposição para fazer a análise da nova tarifa do transporte público. No começo deste mês, após estudar as planilhas de custos do transporte, a Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte concluiu que a tarifa técnica poderia chegar a R$ 8,35. No dia seguinte, a prefeita Elizabeth Schmidt garantiu que a nova tarifa não chegará a tanto. O preço está congelado em R$ 4,30 desde o segundo semestre de 2019, quando houve o último reajuste. Caso vá para R$ 8,35, a elevação será de 94,2%.