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Saiba o que dizem os advogados sobre morte do professor Lucas

Advogado de Patrícia diz que ela é inocente em relação a homicídio (Fábio Matavelli)

Na manhã de 15 de dezembro de 2019, o professor Lucas Ferreira de Oliveira, 39 anos, veio de São Paulo e chegou à casa de sua ex-esposa, em Ponta Grossa, para passar mais um final de semana com o filho pequeno. Essa é a única certeza que se tem sobre o que, mais tarde, culminou na morte de Oliveira. Naquele ano ele obteve o direito de visitar o filho a cada 15 dias. Mas, a partir daquela data, o professor não foi mais visto com vida. Uma semana depois, seu corpo foi encontrado na região do Santa Tereza, com sinais de violência.

Apontada como principal suspeita, a ex-esposa, Patrícia Bruning Manchenho, foi inicialmente presa. Depois, passou a responder ao inquérito e aguardar julgamento em liberdade. Outros dois acusados foram presos mais tarde, um deles seria ex-namorado de Patrícia.

A primeira audiência do caso seria nessa terça-feira (15), mas acabou sendo adiada. Pela manhã, sete coroas de flores foram colocadas diante da casa de Patrícia, em um aparente protesto e pedido de justiça pela morte do professor. A defesa de Patrícia diz que isso é ação de familiares da vítima, para sensibilizar a opinião pública pela condenação prematura de sua cliente. Para o advogado da família de Lucas, trata-se de uma manifestação cuja autoria é desconhecida, e pode ter partido da própria população.

A reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais conversou com advogados* que representam dois lados do caso: a ré Patrícia e a família de Lucas, para expor seus argumentos. Veja o que dizem os advogados:

Dr. Ricardo Capusso Veloso – representa a família da vítima

– A polícia foi eficiente e provou, nos autos, que vítima esteve na casa de Patrícia no período da manhã, no dia 15 de dezembro.

– Câmeras mostram dois carros saindo da casa de Patrícia. Um deles era o carro dela mesma. Outro era de um dos dois acusados.

– Há telefonemas e mensagens que comprovariam envolvimento de Patrícia com outro acusado do crime. Ela, inclusive, teria estado com ele durante a compra de um veículo.

– Patrícia disse ter sido ameaçada pelo professor e foi na delegacia fazer uma queixa, depois que ele já estava desaparecido.

– Apenas Patrícia teria motivação para o crime – impedir as visitas quinzenais do pai à criança. Os outros dois não teriam motivação.

– Causa estranheza que Patrícia tenha prestado queixa em delegacia contra o professor, na data após seu desaparecimento.

– Patrícia descreveu a localização do corpo, o que só poderia ser possível sendo ela uma das envolvidas no crime.

Dr. Davi de Paula Quadros – representa a principal acusada do crime

– No dia 15 houve uma discussão entre Patrícia e Lucas, e o professor foi embora da casa, sem apanhar o filho.

– Patrícia foi investigada porque teve relacionamento com um dos acusados, mas estaria sem contato pessoal com ele há cerca de um ano.

– Não há prova de que os outros dois acusados estiveram na casa de Patrícia na data do desaparecimento do professor.

– A defesa alega que Patrícia é inocente, que não teve qualquer participação no homicídio de Lucas de Oliveira.

– Patrícia não solicitou medida protetiva contra o professor; apenas um boletim de ocorrência relacionado à discussão do dia 15.

– Patrícia só saiu de casa, naquela data, para ir à casa da irmã.

– Patrícia revelou a região onde estava o corpo, porque recebeu ligação anônima ameaçadora, e repassou para a polícia a informação dada nesse telefonema.

A irmã de Lucas

A irmã de Lucas, Laura Ferreira de Oliveira, acredita que tudo ocorreu porque Lucas brigava na Justiça para ter direito a conviver com o filho, após convivência de 15 anos com Patrícia. A participação da vida da criança só não era maior porque ela foi viver a 500 quilômetros. Diz que a presença de “coroas diante da casa da ré é um protesto digno e civilizado, sem violência, vandalismo e sem ferir a integridade de ninguém”. Mas que as acusações contra Patrícia não partem da família, e sim da polícia e o Ministério Público.

*Patrícia optou por não responder diretamente aos questionamentos feitos pela reportagem. A reportagem não localizou os advogados dos dois outros acusados até o fechamento desta edição.

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