Quando se fala em economia de Ponta Grossa uma das primeiras coisas que vem à cabeça são as indústrias – e não é pra menos, já que quase 60% das riquezas geradas pela cidade são provenientes deste setor. Porém, não é possível pensar em produção sem considerar a primária, ou seja, aquela que vem do campo – e nesta atividade a cidade possui um diferencial: empresas do próprio município, sejam elas indústrias ou comerciantes, compram 72% de tudo que é produzido nas lavouras locais.
Isso significa que mais de dois terços das riquezas agropecuárias giram em dobro na cidade, já que além do dinheiro obtido da venda do produto in natura também circula por aqui o dinheiro obtido da sua industrialização ou revenda direta.
Os dados foram repassados pela Secretaria Municipal da Fazenda e são baseados no valor adicionado de 2019 – montante que, conforme explica o secretário Cláudio Grokoviski, é a diferença do que a empresa comprou/utilizou na sua produção em relação à venda do seu produto. “Ou seja, o lucro bruto desconsiderando os custos diretos e indiretos, como pessoal e transportes, por exemplo”, explica.
Considerando o montante monetário, 93,8% das vendas de produtos agropecuários foi comprado por empresas (pessoas jurídicas). Em dinheiro, esta grande parcela representa R$ 448,01 milhões, dos quais 72%, ou seja, R$ 322,92 milhões, foram adquiridos por empresas da própria cidade.
Outras cidades
O restante, R$ 125,09 milhões (28%), é dividido entre outros 78 municípios. Dezesseis deles são de outras cidades dos Campos Gerais – apenas não entram na lista Ortigueira e Ventania – que, juntas, representam 13,8% das compras de produtos agropecuários de Ponta Grossa.
Empresas
As empresas que mais investem na compra de produtos primários obtidos em Ponta Grossa são, em ordem, a Frísia Cooperativa Agroindustrial, Louis Dreyfus Company, Big Safra, Cooperativa Agrícola Mista de Ponta Grossa, Cargill Agrícola, Belagrícola, Cofco, BRF, entre outras.
Diferencial
Esta característica de fazer a maior parte do dinheiro obtido pela produção agropecuária girar duas vezes pela cidade é um diferencial de Ponta Grossa devido ao seu perfil industrial, que inclui uma diversidade de cooperativas e agroindústrias. Em municípios onde não há esta vocação produtiva, uma vez que a produção vinda do campo é vendida para empresas de outras cidades os empregos, renda, riquezas e impostos provenientes desta segunda etapa também são gerados no outro local.