Menu
em

Repasses do Nota Paraná para entidades crescem R$ 2 mi por ano em PG

Legenda (José Aldinan): Associação Ministério Melhor Viver construiu unidade de acolhimento a partir dos recursos do programa.

Os repasses do programa Nota Paraná para as 52 entidades assistenciais de Ponta Grossa cadastradas no programa têm aumentado cerca de R$ 2 milhões por ano. As instituições sem fins lucrativos atuam nas áreas de assistência social, saúde, defesa e proteção animal, esportiva e cultural. De novembro de 2020 a novembro de 2021 foram repassados R$ 11.593.855,31 para as entidades do município.

Para o Paraná foram R$ 259.490.336,00 em créditos acumulados neste mesmo período. Os montantes incluem os créditos doados pelos contribuintes que colocam o CPF na nota fiscal e  os sorteios realizados pelo programa durante o ano. Em Ponta Grossa, 38 entidades receberam prêmios em dinheiro no último sorteio, realizado este mês. 

Os créditos repassados em 2021, incluindo os sorteios, totalizam R$ 2.524.256,83 a mais que os repasses do mesmo período do ano anterior, quando o programa destinou R$ 9.069.598,48 para as instituições de Ponta Grossa, de novembro de 2019 a novembro de 2020.

O aumento, de acordo com a Secretaria Estadual da Fazenda, se deu em decorrência do crescimento da arrecadação de impostos em todo o Paraná. “Quanto mais impostos forem arrecadados, mais entidades serão contempladas com o Nota Paraná”, disse a pasta.

Áreas

A área da assistência social é a que mais a que mais recebeu recursos: as 31 entidades somaram R$ 5.568.330,19 até novembro deste ano. Em segundo, vem a área da saúde com 10 instituições, para as quais foram creditados R$ 4.127.594,24. Para as entidades voltadas para a área cultural foram R$ 947.344,83, enquanto que para a área de proteção animal foram destinados R$ 747.726,22 e à desportiva R$ 202.859,83.

Entidades

A Associação Ministério Melhor Viver é uma das entidades que mais receberam recursos neste ano, totalizando R$ 2.829.573,71 em créditos. Em seguida vem a Associação Esquadrão da Vida (R$ 1.222.436,89), Instituto Pegaí Leitura Grátis (R$ 835.666,70), Associação Pontagrossense de Portadores das Deformidades Faciais (R$ 719.448,91) e Rede Feminina de Combate ao Câncer (R$ 628.396,70).

Melhor Viver utiliza recursos para construir unidade de acolhimento

A Associação Ministério Melhor Viver, fundada em 2004 em Ponta Grossa, inaugurou recentemente uma unidade de acolhimento para moradores de rua. A Unidade de Acolhimento Melhor Viver, com capacidade para 32 pessoas, custou cerca de R$ 1 milhão e 90% dos recursos investidos na construção foram repassados pelo programa Nota Paraná.

“Ela foi construída como uma espécie de república, inédita no Brasil, onde são abrigadas aquelas pessoas que já passaram pelos nossos programas, mas que não têm como voltar para as suas famílias. Se não fosse pelo programa, não teríamos conseguido construir a nova unidade”, disse o pastor João Eliseu Montes, fundador e presidente da entidade.

Montes, que também atua como psicanalista e assistente social da entidade, explica que por meio do Nota Paraná foi possível dar continuidade em três projetos sociais. Um deles é voltado para a área da saúde, com uma comunidade terapêutica de 24 adolescentes, de 12 a 17 anos, atendidos na entidade.

A casa também oferece acolhimento institucional para cerca de 50 moradores de rua que passam por um trabalho de reinserção social. Para eles  são oferecidos itens de higiene, refeições, aulas de artes e atividades esportivas, além de cursos de marcenaria e jardinagem.

“Se não fosse o Nota Paraná, teríamos fechado as portas há três anos. Já ficamos meses sem repasses do Município e 50% dos recursos que o governo municipal nos repassa são voltados para o pagamento de funcionários. Com os créditos recebidos, nós conseguimos comprar alimentos, medicamentos e roupas para os assistidos”, destacou.

O Melhor Viver tem 26 funcionários, que já foram moradores de rua acolhidos pela casa, e que hoje trabalham em diferentes funções na entidade, como motoristas e cozinheiros. Os salários também são efetuados a partir dos repasses do programa.

Dez anos depois, uma nova vida

Fabrício Pereira, 46 anos, viu sua vida ter novo sentido há pouco menos de dois anos. Depois de viver nas ruas por cerca de uma década, ele fez uso de diversos entorpecentes, sendo que o uso de álcool era mais frequente. Isso o afastou da família e o isolou. No início do ano passado, soube que o Ministério Melhor Viver poderia oferecer uma chance de mudar sua realidade.

Foto; José Aldinan

“Eu era morador de rua e, em um dos albergues de Ponta Grossa, me encaminharam para o pastor João. Fiquei nove meses em tratamento e mostrei vontade de trabalhar. Agora estou há um ano trabalhando registrado com eles”, diz. Às vezes de carro, às vezes a pé, Fabrício coleta os cupons fiscais que ajudam a manter os serviços realizados pela entidade.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile